Já aconteceu com você de, no meio de um fluxo, saírem plaquinhas de sangue no absorvente ou perceber coágulos no fundo da privada depois do xixi? A princípio, isso é bem comum, mas não significa que seja normal em todos os casos. A gente explica!
Pra começar, é preciso saber o que é o sangue da menstruação. Todos os meses, o endométrio, que é a parede interna do nosso útero, se prepara para receber um embrião – fica mais grosso e vascularizado, cheio de sangue. Se a fecundação não acontece, o corpo entende que pode descartar o endométrio, então o tecido se rompe e o perdemos em forma de menstruação.
Junto com o sangue que desce, podem aparecer essas plaquinhas. “O coágulo é a forma sólida do sangue, um processo normal que auxilia na hemostasia (estancamento), diminuindo a perda de sangue”, explica Marcio Masashi Kajikawa, ginecologista do HCor. E a dra. Carla Iaconelli, ginecologista especialista em reprodução humana, complementa: “As paredes uterinas podem acumular sangue, formando coágulos de até 5 mm”.
Quando os coágulos são motivo de preocupação?
O alerta vem quando eles se fazem presentes com muita frequência e em grande número. “Além de poderem indicar a presença de alguma doença, a perda de grande quantidade de sangue na menstruação pode gerar anemia. Por isso, é necessária avaliação médica”, ressalta o ginecologista do HCor.
Ele ainda diz que é preciso ficar atenta ao ciclo: “A média de uma menstruação é de cinco dias, sendo o fluxo mais intenso nos segundo e terceiro dias, quando podem surgir os coágulos. Mulheres que os apresentem todos os dias da menstruação precisam investigar a causa”, aponta.
Além disso, preste a atenção nos sintomas. A dra. Carla ressalta que a menstruação com coágulos acompanhados de mais dor, mal-estar, fraqueza, cólicas e irregularidade deve ser reportada a um especialista.
“Os coágulos podem ser indicativos de miomas uterinos, adenomiose, pólipo uterino, alteração da coagulação e distúrbio hormonal”, lista o dr. Marcio.
Anticoncepcionais interferem?
Sim! A pílula geralmente age no endométrio, deixando-o mais fino, o que reduz o fluxo e, consequentemente, os coágulos. “Em contrapartida, o DIU de cobre, por exemplo, pode aumentar o fluxo e propiciar a formação de coágulos”, aponta a dra. Carla.
De qualquer forma, o importante é conhecer o seu corpo, prestar a atenção no ciclo e na menstruação e reportar tudo ao seu médico.