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Drunkorexia e orthorexia: entenda esses distúrbios e suas consequências

Ligados a bebidas alcoólicas e ao controle extremo dos alimentos, os transtornos alimentares merecem tanta atenção quanto a anorexia e a bulimia.

Por Raquel Drehmer
Atualizado em 15 jan 2020, 08h14 - Publicado em 24 out 2019, 08h00
Germany (suedhang/Getty Images)
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Quando se fala em distúrbio ou transtorno alimentar, as primeiras palavras que vêm à cabeça são anorexia e bulimia. Mas há outros problemas que envolvem a relação com comidas e bebidas que também merecem atenção. Entre eles, os que têm sido mais comuns entre as mulheres bem jovens – de 18 a 25 anos – são a drunkorexia e a ortorexia.

Com a ajuda da médica nutróloga Maria Del Rosario Z. de Alonso, especializada em transtornos alimentares e professora do curso nacional de pós-graduação em nutrologia da Abran (Associação Brasileira de Nutrologia), vamos explicar tudo sobre esses dois distúrbios alimentares. Fique atenta aos sinais para detectar se você ou alguma amiga próxima pode estar passando por isso; quanto antes se percebe, mais fácil é se cuidar e se curar.

Drunkorexia: prato vazio x copo abastecido

Bebidas alcoólicas são bastante calóricas: uma dose dos drinques mais populares por aqui – cerveja, chope, margarita e caipirinha, por exemplo – equivale, em calorias, a aproximadamente um pedaço de pizza. Sabendo disso, muitas mulheres fazem uma troca perigosa: deixam de comer para beber em festas e na balada sem se preocupar com a balança. Esta é a drunkorexia.

Estudos indicam que pelo menos 33% das universitárias já recorreram a esse “truque” pelo menos uma vez na vida e que essa porcentagem é crescente. O comportamento pode ir de pular uma refeição no dia a jejuar o dia todo para compensar as calorias do álcool que serão ingeridas.

Em casos avançados, há mulheres que tomam laxantes para eliminar ainda mais calorias do corpo (e assim “abrir espaço” para mais bebidas alcoólicas) e até induzir o vômito (o que começa a esbarrar na bulimia).

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O problema é que a troca é apenas calórica, não nutricional. Maria Del Rosario conta que as calorias do álcool são vazias e não servem como combustível para o organismo. Além disso, consumir muita bebida alcoólica prejudica a digestão e a absorção dos nutrientes posteriormente.

“As consequências da drunkorexia são distúrbios nutricionais importantes, como hipoglicemias, anemia e desnutrição, com alterações orgânicas, como arritmias, doenças hepáticas, pancreáticas e neurológicas com desmaios e convulsões. Também pode conduzir a quadros de dependência e alcoolismo”, explica a médica.

Ortorexia: obsessão por alimentos saudáveis e marmita em festas

Todo mundo quer comer da forma mais saudável possível, mas algumas pessoas começam a exagerar na dose e desenvolvem comportamentos altamente restritivos. A partir de regras próprias para incluir alimentos “100% saudáveis” na dieta, excluem tudo que tenha elementos “maléficos” (até sal e açúcar). Isso vai diminuindo cada vez mais a variedade de comidas e bebidas e, consequentemente, restringe os nutrientes que entram no organismo.

“Muitas vezes, até a forma de preparo dos alimentos e os utensílios culinários precisam ser especiais. A pessoa começa a só comer em casa ou a levar sua marmita para festas. O prejuízo na vida social e afetiva é imenso e pode levar a quadros de depressão”, alerta Maria Del Rosario.

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A ortorexia também pode causar anemias ou avitaminoses e estar ligada à cybercondria, que é o hábito de procurar doenças na internet.

Bônus: a origem dos termos drunkorexia e orthorexia

Drunkorexia é a união de “drunk” (bêbado em inglês) e “orexis” (apetite em grego).

Já ortorexia vem da junção de duas palavras em grego: “orthos” (correto) e “orexis” (apetite).

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