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Dossiê da pílula: 19 coisas que você deve saber sobre o anticoncepcional

Esse é o método contraceptivo preferido das mulheres. Mas é preciso conhecê-lo direito (e os efeitos dele no corpo) pra entender se é bom pra você também.

Por Daniella Grinbergas
Atualizado em 15 jan 2020, 12h55 - Publicado em 19 jul 2019, 15h55
Oral contraceptive pill strips isolated on white background with clipping path. (areeya_ann/Getty Images)
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O anticoncepcional hormonal oral, a famosa pílula, é o método contraceptivo mais usado pelas mulheres. E é bem seguro: se você tomar os comprimidos direitinho, a efetividade é de 99%.

É claro que o método tem suas vantagens e desvantagens e divide opiniões. Mas só você pode decidir se vale a pena pra você.

Para isso, é preciso informação! Conversamos com ginecologistas que esclarecem os pontos mais importantes da pílula. Confira:

 

1. Se você tomar a pílula, não vai ovular

“O anticoncepcional hormonal oral possui hormônios sintéticos que enganam o organismo, inibindo a ovulação”, simplifica a dra. Patrícia Gonçalves, médica obstetra e ginecologista da Clínica Pró Saúde RGPG. A pílula põe o ovário para dormir mesmo, mas não se preocupe, pois a reserva ovariana estará lá, preservada, e a ovulação será retomada assim que você parar de tomar o anticoncepcional.

2. Há dois tipos de anticoncepcional oral, basicamente

A pílula combinada contém dois hormônios sintéticos: estrogênio e progesterona. Eles são responsáveis por bloquear a ovulação e também agem sobre o colo do útero, impedindo que dilate (dificultando a passagem dos espermatozoides), e no próprio útero, impedindo as condições para fixação do óvulo.

O outro tipo é o simples, que só contém progesterona, hormônio que bloqueia a ovulação e promove o fechamento do colo do útero.

3. A pílula não é mais aquela bomba hormonal

Se comparada ao ano em que foi criada (1960), a quantidade de hormônios caiu em até 90% em algumas cartelas, mantendo a eficácia, claro. Tudo por causa da associação com o risco de trombose, que ainda existe, mas é baixo.

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4. Nem todas as mulheres podem tomar

Se você for tomar qualquer contraceptivo hormonal, procure um médico para saber se deve. “Mulheres que já tiveram antecedente de trombose, algum câncer relacionado a hormônio, com sangramentos sem causa descoberta, com diabetes e hipertensão descontrolados não podem de jeito nenhum”, diz a dra. Flávia Fairbanks, ginecologista e obstetra da Clínica Femcare.

E a combinação de progesterona + estrogênio pode gerar alterações no sistema de coagulação do sangue, facilitando a formação de trombos – a tão temida trombose. Mas é preciso dizer que poucas mulheres realmente correm esse risco. Somente o médico pode avaliar a sua pré-disposição ao problema.

5. Precisa tomar todo dia no mesmo horário

O ideal é manter um horário fixo. A cada 24 horas é preciso repetir a dose para manter o nível hormonal que garante o bloqueio da ovulação. “Se você começar a variar demais o horário, principalmente se atrasar muito, pode desbloquear o eixo dos hormônios e pode acontecer uma ovulação”, afirma a dra. Fávia.

Dê uma olhadinha na bula da sua pílula ou pergunte ao ginecologista – alguns medicamentos têm tolerância variável de 6 a 12 horas de atraso para que não percam o efeito.

Portanto, disciplina! A dica é associar a hora da pílula com uma ação cotidiana – por exemplo: tomar todas as manhãs antes de escovar os dentes.

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6. Se esquecer hoje, pode tomar duas seguidas

O ideal é: assim que lembrar, tome imediatamente a que havia sido esquecida e tome a próxima no horário habitual.

“Já no caso de esquecimento de várias, interrompa a cartela e aguarde a menstruação para iniciar uma nova cartela”, orienta a dra. Patrícia.

7. Se vomitar ou tiver diarréia, tome outra

Segundo a dra. Patrícia, a pílula leva cerca de seis horas para ser totalmente absorvida pelo organismo. Por isso, se houver um episódio de vômito antes desse prazo, há o risco de comprometer a eficácia do medicamento.

8. O uso da pílula por anos seguidos não dificulta a gravidez!

Não mesmo! “Quando você para de tomar a pílula contínua, as ovulações são restauradas imediatamente ou no mês seguinte”, afirma a dra. Flávia.

E ela avisa que é comum que as pessoas achem que estão com dificuldade para engravidar por causa do uso da pílula, mas o que costuma acontecer é que o problema já estava lá, mascarado pela pílula.

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9. Não é preciso trocar de pílula. Se você se adaptou, vai com a mesma.

“A pílula anticoncepcional não perde a eficácia com o passar dos anos”, afirma a dra. Patrícia. Ela afirma que a troca pode acontecer caso a mulher sinta incômodos ou alterações na menstruação causados pelo medicamento – mas só um médico pode atestar e prescrever o novo.

10. Alguns medicamentos podem interferir no efeito da pílula

O que acontece é que a pílula e os medicamentos são metabolizados pelo fígado e, por isso, podem concorrer, diminuindo o efeito tanto de um quanto de outro. Entre eles estão os antibióticos, os anticonvulsionantes e alguns antidepressivos. Fale com o médico caso precise fazer uso deles.

11. Anticoncepcional hormonal melhora acne

A pílula ajuda no controle de alguns hormônios, como os androgenios que, produzidos em menores quantidades, diminuem a oleosidade da pele e a formação de espinhas. Porém,  como trata-se de dosagem hormonal, é preciso que um especialista indique os medicamentos mais adequados se a finalidade for essa.

12. Você pode ter menos cólica e sentir menos os efeitos da TPM

Esses dois probleminhas insuportáveis são causados principalmente pelas oscilações hormonais que acontecem durante o ciclo natural, mas a pílula está aí justamente para manter os hormônios em níveis constantes, ou seja, as chances de diminuir as cólicas e a TPM são bem grandes.

13. O fluxo menstrual pode diminuir

A pílula hormonal (combinada, principalmente) é capaz de atrofiar o endométrio, aquela camada interna do útero que descama durante a menstruação todos os meses – por isso é usada em casos de endometriose. Segundo a dra. Flávia, nas usuárias de pílulas essa camada acaba se formando de uma maneira mais fina, o que pode diminuir o fluxo.

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14. Álcool em excesso pode interferir no efeito da pílula

A verdade é que o excesso de álcool aumenta os níveis de estradiol, hormônio que regula o fluxo menstrual. Além disso, grande quantidade de álcool faz com que o fígado tente metabolizá-lo a qualquer custo, podendo deixar de metabolizar a pílula. Mas isso não quer dizer que você não pode beber… Estamos falando de excessos!

15. Nunca escolha a pílula por conta própria

O anticoncepcional é um medicamento e é preciso que o médico o recomende tendo em vista seu histórico familiar e seus resultados de exames. É necessário que o profissional entenda qual é a quantidade de hormônio e quais hormônios são indicados para você.

16. Você estará protegida a partir do sétimo comprimido

“Se você começar a tomar a cartela no primeiro dia da menstruação, a partir do sétimo comprimido já estará protegida”, afirma a dra. Flávia. Mas para ficar completamente tranquila, espere até a segunda cartela. “O organismo leva um tempo até se ajustar àquela carga hormonal que está recebendo”, diz a dra. Patrícia.

17. Interrompa o uso antes de cirurgias programadas

Na verdade, o anticoncepcional hormonal não é contraindicado em caso de cirurgia, mas os médicos costumam se precaver e pedir para suspender em caso de procedimentos que peçam anestesias ou pós-operatórios que deixem as mulheres de repouso por longos períodos. Isso porque aumenta o risco de trombose.

18. Pílula pode diminuir o desejo sexual

Sim, ela pode interferir na libido, mas depende da sensibilidade de cada mulher. “Ela mexe muito com os hormônios, podendo causar uma baixa dosagem de testosterona em algumas pacientes. Além disso, a falta de flutuação hormonal, que é muito importante nos ciclos espontâneos pra mulheres no controle da libido, também acaba sendo um fator de prejuízo em mulheres mais sensíveis”, explica a dra. Flávia.

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19. Se você toma pílula, precisa SIM usar camisinha

O risco de engravidar tomando pílula é baixíssimo, mas a recomendação do uso da camisinha é que ela, além de proteger contra gravidez, protege contra as ISTs (Infecções Sexualmente Transmissíveis) – coisa que a pílula não faz por você.

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