A urbanização trouxe consigo um grande problema: o aumento da poluição nas grandes cidades. Para quem vive nessas áreas, a qualidade de vida tem se mostrado cada vez menor, afetando até mesmo a saúde da pele, podendo causar adversidades que vão de cravos, espinhas, lesões de acne, aumento da oleosidade, e até mesmo doenças crônicas, como a dermatite atópica, a psoríase e mais gravemente, o câncer de pele após longas exposições.
Para tratar desse assunto e entender como evitar essas condições, entrevistamos as médicas dermatologistas Dra. Ana Carolina Sumam e Dra. Natasha Crepaldi. Tire suas dúvidas a seguir:
Que tipos de poluições existem e que podem causar efeitos adversos na pele?
A poluição é um fator causal bastante comum e frequente do envelhecimento da pele. De acordo com Ana Carolina Sumam, a própria radiação ultravioleta também é considerada poluição. Além disso, a fumaça do cigarro, hidrocarbonetos aromáticos, gases, metais pesados também podem alavancar um estado de piora na cútis. “A poluição penetra na nossa pele tanto diretamente, por uma absorção transdérmica, quanto através dos nossos poros, glândulas sebáceas e folículos pilosos”.
A maquiagem também é considerada poluição para a pele, e ela pode gerar uma reação ainda pior quando mesclada com a poluição já existente no ar. “Quando se une a poluição com a maquiagem, é causada uma obstrução ainda maior nos poros. Essa obstrução pode gerar uma reação inflamatória, principalmente o paciente não limpa corretamente a pele”, aponta Ana.
Os aparelhos eletrônicos também são responsáveis por causar reações na pele. “Hoje a chamada poluição eletromagnética, também já é realidade, que é o contato com a luz visível emitida pelos computadores, celulares e televisões, que aceleram o envelhecimento precoce. Essa radiação penetra mais profundamente na pele, levando a manchas mais difíceis de tratar”, aponta Natasha.
Tratamentos que podem ajudar a reparar
De acordo com as especialistas, é fundamental utilizar protetor solar independentemente da hora do dia. Além disso, o uso de antioxidantes tópicos é altamente recomendado.
“Esses agentes causam estresse oxidativo que geram alteração do DNA celular e favorecimento de manchas. O uso do antioxidante vai diminuir as alterações que esse estresse causa na nossa pele e combatem o efeito nocivo”, diz Ana.
A recomendação da médica é fazer uso precoce dessa substância, porque o efeito é cumulativo. “Quanto antes a gente começa a combater esses radicais livres melhor será o reparo de nossas células.”
Natasha Crepaldi dá exemplos de produtos antioxidantes que podem ser úteis para esse caso. “Cremes antipoluição são produtos com ativos antioxidantes ou ativos antipoluição, que minimizam o efeito agressor da poluição na pele. O que define essa classe de dermocosméticos não é a textura, mas os ativos neles contidos”, destaca.
Cuidados diários
Segundo Ana Carolina, é aconselhado que o paciente faça uma boa limpeza da pele com demaquilante, solução micelar, tônicos e uso de sabonete dermatológico. Mas é importante explicitar que devem ser selecionados sabonetes que façam uma limpeza profunda sem ressecar. “Uma pele hidratada é uma pele com a barreira cutânea integra, e mantê-la intacta também protege contra a poluição.”
Além disso, o uso de máscaras e roupas fechadas também é indicado por agirem como uma barreira física protetora contra agentes poluentes.
Já para os pacientes que usam maquiagem todos os dias e que se expõem à poluição, é apropriado realizar limpezas de pele constantes com profissionais capacitados para contribuir com a desobstrução dos poros.
A dra. Natasha Crepaldi indica alguns passos de cuidado com a pele essenciais para se proteger da poluição. Aqui estão alguns deles:
- Limpeza diária que retira os poluentes depositados durante o dia;
- Uso de antioxidantes ou cremes antipoluição, que minimizam o efeito agressor de substâncias poluentes
- Uso diário de protetor solar;
- Utilização de hidratantes adequados ao tipo de pele, pois sem hidratação, a barreira cutânea fica comprometida e os efeitos nocivos da poluição são maiores;
- Ingestão de água adequada e alimentação rica em nutrientes de qualidade e alimentos antioxidantes;
- Uso de antioxidantes por via oral, como: vitamina C, luteína, glicoxyl, coenzima Q10, resveratrol, glutationa, entre outros (seguindo, é claro, recomendação médica).