Quando o assunto é comida, cada família tem seu próprio jeito de montar a mesa e matar a fome. Mas um projeto da Universidade Harvard revelou que crianças que jantam regularmente em família costumam ter hábitos alimentares mais saudáveis.
O estudo analisou pesquisas acadêmicas sobre refeições familiares por 15 anos. Como resultado, perceberam que a alimentação das crianças melhorava em diversos aspectos quando tinham refeições com a família frequentemente.
Essas crianças consomem mais nutrientes de frutas e vegetais, têm índices menores de obesidade e menor propensão ao sobrepeso quando adultos. Além disso, as crianças ainda demonstraram ingerir menos calorias do que quando comem fora de casa.
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Conversamos com a nutricoach Eliane Kina para entender melhor qual a relação entre uma alimentação saudável e o acompanhamento dos pais na hora da refeição.
O momento em família é essencial
Para a especialista, o acompanhamento dos pais nas refeições dos filhos é imprescindível, tanto em casa, quanto na escola. E também é necessário tomar algumas medidas na hora de sentar à mesa. Comer devagar e tranquilamente, se acomodar direitinho e não usar celular são as que ela mais indica.
Mas, acima de tudo, Eliane defende que a família toda deve reservar um momento para cozinharem e prepararem as refeições juntos. Essa prática faz com que a criança saiba de onde as comidas vêm, levando-as a enxergarem os alimentos de uma forma diferente.
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“Quando cozinham juntos, a comida deixa de ser um serviço, vira uma forma de cuidar melhor um do outro, já que sabemos o que estamos colocando no prato”, explica a nutricoach. “Quando os pais acompanham a alimentação dos filhos, eles acabam comendo melhor”.
A especialista formada em nutrição, que também é chef de gastronomia, ainda defende que existe uma forma de evitar até mesmo as dietas. “Se, dentro de casa, os pais ensinam a forma correta de se alimentar, as crianças aprendem de maneira natural a repetir isso lá fora”.
E essa alimentação mais saudável, segundo Eliane, tem embasamento, principalmente, na boa comunicação entre os pais e filhos. É através dessa comunicação aliada à alimentação, por exemplo, que as famílias passam a ser mais unidas e parceiras.
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Uma das consequências positivas da prática de se ter refeições em família é que a própria criança percebe que comer bem lhe configura uma vida melhor. “Ela percebe que ganha mais energia e que comer bem faz ela dormir melhor. Uma criança que come mal não tem forças pra fazer atividades físicas, por exemplo. E se ela não cozinha com os pais, ela acaba comendo qualquer coisa.”
Eliane ainda conta que a influência dos pais vai bem mais além: “os pequenos que tiveram pais muito controladores na alimentação são os que mais desenvolvem transtornos alimentares no futuro, desde compulsão até falta de nutrientes”.
Em seu projeto de nutrição e acompanhamento das famílias, a profissional propõe transformar as refeições em um momento nutritivo e divertido. Nesse programa, que vai do consultório até a cozinha, ela ensina como comer de forma saudável e prazerosa.
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Ela orienta famílias com crianças de 5 a 10 anos (mesmo que os maiores já tenham frequentado o consultório) e as ajuda a escolher os alimentos certos no supermercado, além de ensinar receitas rápidas e práticas para prepararem juntas.
A chef vai mais adiante: em sua opinião, o ato de comer em família deveria ser exercitado todos os dias, não somente em datas festivas, como o Natal ou o Ano-Novo.
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