Interessado em mostrar às pacientes os resultados estéticos do implante mamário antes mesmo da cirurgia, o cirurgião plástico americano Norman Rowe criou um procedimento considerado “test-drive”, chamado Instabreast, que permite que as mulheres passeiem pelas ruas com seios temporariamente aumentados.
A técnica é considerada simples: o médico aplica uma anestesia local próxima aos mamilos e injeta solução salina nos seios até que eles cheguem ao tamanho desejado. O líquido é naturalmente reabsorvido pelo corpo em até 24 horas.
Rowe conta que, embora tenha desenvolvido o Instabreast para simular os resultados de um implante de silicone, muitas mulheres estão procurando fazê-lo antes de uma festa ou evento para terem seios maiores por um dia. Ele adianta que está trabalhando no desenvolvimento de uma nova técnica que aumente a duração do Instabreast para até três semanas.
Riscos
A aplicação não é unanimidade entre os médicos e uma versão que dure mais deve aumentar a controvérsia em torno da técnica. O cirurgião plástico Dr. Sandro Lemos, Membro Titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, conta que a injeção de soro fisiológico nas mamas já era realizada no final do século XIX, por dançarinas de cabaré que desejavam aumentar os seios antes de apresentações. “O Instabreast é apenas um outro nome para essa mesma técnica, que foi abandonada diante dos inúmeros casos de infecção e complicações”, explica o médico.
Segundo o especialista, os riscos associados à técnica são diversos. “Entre os principais danos à saúde está o aparecimento de infecção local por acúmulo de bactérias dentro do tecido mamário, o que pode gerar dor, desconforto, secreção purulenta e perda maciça de tecido mamário com deformidades definitivas no local”, alerta.
O médico acrescenta ainda à lista de efeitos colaterais o aparecimento de hematomas, estrias e manchas. “Para as pacientes que almejam uma mudança temporária do tamanho dos seios, sugiro o uso de sutiãs com enchimento”, afirma.