São diversos os fatores, internos e externos, que podem levar à proliferação de acne na pele, ainda mais quando ela é oleosa. Hábitos alimentares inadequados, alterações hormonais, uso indevido de alguns cosméticos e até fatores genéticos entram na lista de principais causadores de cravos, espinhas e inflamações cutâneas que, se não tratados, podem gerar problemas de autoestima e até graves distúrbios de imagem.
Apesar do número de cravos e espinhas ser muito mais significativo na face em comparação a outras partes do corpo, vale pontuar que o tronco, e especialmente as costas, vêm logo em seguida – podendo contar com lesões tão graves quanto aquelas encontradas na testa, nariz e bochechas.
A fim de te ajudar a combater e/ou evitar cravos e espinhas nas costas, reunimos um time de especialistas no assunto – Ada Trindade, dermatologista membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), Caio Lamunier, dermatologista da SBD e do Hospital das Clínicas de São Paulo, Renata Sitonio, dermatologista membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia e Vivi Afecto, esteticista e cosmetóloga da Vivi Afecto Estética Avançada -, que esclarecem importantes questões e mostram quais são as principais causas e tratamentos para o problema.
As origens
Como já dissemos acima, as causas da acne são distintas e muito particulares – ou seja, não existe um “padrão” de desenvolvimento da doença, que pode surgir em qualquer parte do corpo. No caso da acne nas costas, que na maioria das vezes aparece em conjunto com aquela presente no rosto (mas também pode se manifestar de forma isolada), existe uma grande probabilidade de que ela esteja relacionada a fatores genéticos e a algumas doenças endócrinas e neurológicas. Mas não é só isso, viu? Foco na listinha a seguir:
Acúmulo de oleosidade: “A acne é uma doença causada por uma bactéria, a propionibacterium acnes, que se agrava quando as glândulas sebáceas da pele se obstruem. Então, quanto mais oleosa for a pele, maior tendência à proliferação da acne”, explica Vivi.
Alta atividade hormonal durante a menstruação, adolescência e gravidez: Períodos como o pré-menstrual, a fase adolescente e os nove meses da gestação, por conta da grande quantidade de alterações hormonais presentes nessas fases, também podem ocasionar a presença de acne nas costas.
Tabagismo, estresse e poluição: O tabagismo e o estresse intenso, apesar de não serem causas pontuais da acne, são fatores que, de acordo com a ciência, pioram ainda mais os processos inflamatórios da pele, podendo agravar o problema. Ah! Sono acumulado por noites mal dormidas e constante exposição à poluição, como nas cidades grandes, também entram na conta.
Idade: Mesmo que a adolescência seja a fase mais comum para se ter acne, muitas vezes ela aparece só após os 25 anos – a chamada acne adulta. No caso dos cravos e espinhas nas costas, é dos 30 aos 40 que eles costumam pipocar com mais frequência, muito por conta do uso indevido de cosméticos e cremes para o corpo.
Produtos com excesso de óleos: Certos cosméticos com textura oleosa, como óleos para massagem e filtros solares mais cremosos (os que não se apresentam como oil-free), quando não removidos por completo, podem obstruir os poros e facilitar a inflamação da pele das costas, resultando na acne na região.
Produtos para cabelos: Alguns produtos para cabelos, principalmente aqueles que contém agentes condicionantes em suas fórmulas, se em contato com a pele (durante o banho) e não removidos adequadamente, também podem causar a acne na região das costas, já que acabam obstruindo os poros do local. A dica é usá-los apenas no comprimento e pontas dos fios, e fazer a higienização do rosto e das costas só quando já tiver enxaguado o cabelo e retirado todo o produto.
Você é o que você come
Muitos dos problemas de pele enfrentados por nós podem ter relação direta com aquilo que a gente come ou deixa de comer. A acne, por exemplo, está relacionada ao consumo excessivo de produtos gordurosos (principalmente gorduras saturadas), açúcares e doces, que estimulam as glândulas sebáceas, bem como à ingestão de alimentos com alto índice glicêmico, que levam a picos de insulina no organismo e, muitas vezes, à formação de um ambiente propício para a proliferação de bactérias.
Fique atenta, também, se você notou a presença de acne após consumir suplementos alimentares – alguns deles estimulam as glândulas sebáceas e são, sim, agravantes da acne.
De maneira geral, caso você possua uma pele com tendência a acne – o que só é descoberto com auxílio de um dermatologista -, se possível diminua a ingestão de açúcar, e evite consumir de maneira exagerada alimentos como farinha branca, pão branco, batatas, bolos, sorvetes e doces.
Cortando o mal pela raiz
Notou a presença da acne nas costas? A primeira coisa a se fazer é procurar por um profissional especializado – só assim será possível descobrir qual a causa exata do seu problema e, claro, aplicar os tratamentos adequados. Para tratar cravos e espinhas na região, o mais comum é apostar em remédios tópicos, antibióticos ou medicações temporárias, via oral. Limpezas de pele periódicas, peelings físicos ou químicos, terapias com laser e radiofrequência, se feitos em conjunto com outros recursos, também podem auxiliar.
Em casa, por sua vez, vale investir em produtos para a pele com textura leve e livres de óleos, além de sabonetes higienizadores específicos, como aqueles que possuem agentes antibacterianos em suas fórmulas, cremes e géis que irão controlar a inflamação e a oleosidade – faça a higienização das costas ao menos uma vez por dia. E, mais uma vez, cuide da alimentação e evite o cigarro.
Esfoliar: pode ou não pode?
Geralmente, quando cravos e espinhas aparecem nas costas, esfoliações são mais do que bem-vindas, já que desobstruem os poros e removem impurezas mais profundas. Porém, tudo depende da gravidade da sua acne:
“Quadros mais inflamados ou com pus devem ser tratados com medicamentos, mas peles oleosas e com muitos cravos beneficiam-se de esfoliação”, completa Caio.
A esfoliação, como explicam Ada e Renata, não deve ser feita diariamente (principalmente quando o tratamento é acompanhado de produtos com ácidos em sua fórmula), mas sim de uma a duas vezes na semana, no máximo – de acordo com o grau da acne – sempre com movimentos leves e delicadeza na pressão das mãos.