Como superar mitos sobre o câncer de mama e vencer a desinformação
Especialistas convidadas da Casa Clã MAMA 2024 falam da importância da informação certa no tratamento oncológico
A falsa crença de que o autoexame é a principal forma de detecção do câncer de mama afasta mulheres do diagnóstico e diminui as chances de recuperação em casos mais graves. Um tumor detectado em estágios iniciais tem até 95% de possibilidade de cura. Para isso, no entanto, é importante realizar exames clínicos e mamografias de maneira regular.
O desafio para superar mitos como esse foi tema de uma das conversas da Casa Clã MAMA 2024, evento de CLAUDIA e Veja Saúde que aconteceu no dia 4 de outubro.
Mediado por nossa editora-chefe Karin Hueck, o talk contou com a participação das oncologistas Ana Amélia Viana e Angélica Nogueira, e a doutora em saúde pública Silvia Ferrite, que também é paciente oncológica.
Prevenção do câncer de mama e acesso ao tratamento
As especialistas consideram que o papo sobre prevenção é algo comum para a maioria de nós: já entendemos que precisamos nos cuidar. Agora, o ponto é mais sobre onde e como podemos fazer isso.
“Hoje a maioria das mulheres entende que precisa fazer algum rastreamento e que o câncer de mama existe. A questão é não só dar essa informação, mas dizer como ela vai conseguir fazer o exame”, afirma a oncologista Angélica Nogueira.
Nos Estados Unidos, por exemplo, é comum que mulheres negras realizem o exame, mas não consigam acessar o serviço de saúde especializado para prosseguir com o atendimento. A oncologista Ana Amélia Viana explica que o cenário no Brasil não é muito diferente.
Câncer impacta mulheres negras e brancas de forma diferente
“Dentro do SUS, a gente tem uma diferença de 10% de mortalidade entre mulheres negras e mulheres brancas. A informação tem várias camadas, é preciso sensibilizar e depois dizer como a paciente chega no sistema de saúde”, afirma.
A especialista ressalta a importância de os profissionais de saúde se reeducarem sobre questões de preconceito racial e social, para que isso não impacte de maneira negativa a experiência das mulheres em tratamento oncológico.
Dominar a informação para viver bem
Há 12 anos Silvia Ferrite percorre uma jornada com o câncer de mama. Após sete anos de tratamento, ela descobriu que a doença havia avançado para os ossos e viveu momentos de desespero ao imaginar que passaria o resto da vida fazendo quimioterapia por infusão.
“Eu sou daquelas pacientes que têm muitos efeitos colaterais”, conta. “Quando fui à consulta, a médica disse que não ia ser assim, que eu iria tomar um comprimido e ter qualidade de vida. Foi um insight, porque eu não sabia que tinha tratamento novo, sofri sem necessidade. Foi ali que eu decidi que queria informação e busquei”, conta a pesquisadora.
Foco na qualidade de vida da paciente com câncer de mama
Hoje, enquanto paciente metastática, Silvia defende a importância de desenvolver autonomia e buscar conhecimento sobre a doença. “Paciente bem informado vive mais e vive melhor, fez diferença pra mim. A vida que a gente quer salvar é a vida com qualidade”, afirma.
“É importante avisar a sociedade que o tratamento contra o câncer tem avançado a passos largos”, ressalta a oncologista Angélica Nogueira.
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