Cólica menstrual pode estar ligada ao estresse?
A ginecologista Rita Piscopo explicou mais sobre essa relação e como amenizar os sintomas menstruais
Nosso corpo costuma responder aos sinais de estresse, ansiedade ou nervosismo, e sabemos que isso afeta a menstruação. A cólica menstrual também entra na conta, assim como todos os outros sintomas relacionados a tensão pré-menstrual, a TPM. Rita Piscopo, médica ginecologista pós-graduada e vice-presidente da Associação Mulher, Ciência e Reprodução Humana do Brasil (AMCR), explicou porque isso acontece e recomendou o que fazer para amenizar os sintomas.
“A dismenorreia (cólica menstrual) é uma condição que, embora frequentemente pouco valorizada tanto por médicos como pelas próprias pacientes, traz importante prejuízo à qualidade de vida das mulheres durante toda a vida reprodutiva. É uma das queixas ginecológicas mais comuns, tendo uma prevalência estimada de até 95% considerando tanto adolescentes quanto mulheres na vida adulta”, explica a doutora.
Qual a ligação da cólica menstrual com o estresse?
Nosso corpo responde aos estímulos ao longo do dia, se você passou o dia mais apreensiva e com muitas preocupações, é natural que ele tenha reações indesejadas. Muitas vezes isso pode vir por meio de alergias, problemas no estômago, inchaço abdominal, constipação e mais. Com os sintomas da menstruação isso não é diferente.
“O estresse causa de liberação de hormônios em excesso, um deles é o cortisol, que aumenta a percepção e a sensibilidade dolorosa, e diminuem a tolerância a dor”, conta Rita Piscopo. “Nessas situações, a tensão muscular aumenta, os batimentos cardíacos sobem, a respiração fica ofegante, as mãos trêmulas e frias, colaborando muito para a piora dos sintomas dolorosos”, completa.
Como minimizar as dores da cólica?
A médica comenta que o uso dos analgésicos, principalmente os anti-inflamatórios não hormonais, costumam ser ótimos aliados para amenizar as dores da cólica. “Não espere a dor ficar intensa, se você fizer uso dos medicamentos adequados, logo no início da dor, o alívio será muito mais rápido e duradouro”, recomenda Rita. “Aconselhamos o início até 2 dias antes do sangramento, mantendo por pelo menos 3 dias após o início. Nos quadros de ansiedade intensa, medicamentos específicos podem ser necessários no auxílio do alívio da dor.”
Além de remédios, utilizar bolsas térmicas são bastante eficazes. “Aquecer a região dolorosa relaxa a musculatura e reduz a sensação de dor”, conta a médica. Bebidas quentes, como alguns tipos de chás, também podem trazer conforto, assim como técnicas de meditação – que reduzem a dor e o estresse, promovendo o relaxamento. O método de mindfulness é a sugestão de Rita Piscopo. “A acupuntura também já mostrou resultados positivos no controle e redução da dor”, finaliza a doutora.
Atividades físicas e alimentação também podem ajudar nas cólicas menstruais
Quando estamos doloridas é raro nossa motivação para se exercitar, se respeite, só faça o que tiver pique. Mas vale a recomendação: as atividades físicas liberam endorfinas, que são as substâncias responsáveis pela sensação de prazer e bem-estar. Ela possuem muita importância na redução das cólicas e da dor. Quanto a alimentação, está liberado se render ao chocolate durante a TPM, mas se alimentar de forma saudável “faz com o seu corpo trabalhe em harmonia, estabilizando níveis hormonais, melhorando a função intestinal e reduzindo o desconforto causado pelas cólicas menstruais. A dieta deve ser balanceada e particularmente rica em ômega-3“, explica a média.
Outra recomendação é evitar fumar durante esse período, inclusive os cigarros eletrônicos. E fica a ressalva: “nos casos de cólicas intensas, limitantes, incapacitantes, que afetam fortemente a qualidade, a possibilidade da endometriose ser a causa da dor não deve ser esquecida”. Então, é importante procurar um médico se a dor estiver excruciante.