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Claudia Raia e Giovana Pacini refletem sobre etarismo na Casa Clã 2024

Mediada por Helena Galante, diretora de CLAUDIA, a mesa passou por temas como senso de beleza e autoestima

Por Kalel Adolfo
14 mar 2024, 07h17
Casa Clã 2024 contou com a presença de Claudia Raia e Giovana Pacini.
Claudia Raia e Giovana Pacini, mediadas por Helena Galante, refletem sobre beleza sem etarismo na Casa Clã 2024.  (@may_azzi_ e @marcellacamillo__/CLAUDIA)
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“Ou somos inexperientes demais ou experientes demais”, refletiu Helena Galante, diretora de CLAUDIA, no início da mesa sobre beleza sem etarismo na Casa Clã 2024. O nosso senso de beleza feminina, em uma sociedade pautada em valores etaristas e machistas, é constantemente prejudicado. Por isso, Claudia Raia, atriz que acaba de completar 57 anos, e Giovana Pacini, CEO da Merz Aesthetics Latam, refletiram sobre formas de ter um bom relacionamento com a estética após o início da maturidade. Confira: 

Como o etarismo atravessa o dia de Claudia Raia e Giovana Pacini  

Para Claudia Raia, o grande desafio imposto pelo etarismo é conseguirmos nos olhar no espelho e gostar do que vemos. “Para isso, é necessário falarmos sobre lifestyle. Ter um estilo de vida saudável é um combo: devemos nos alimentar bem, praticar atividades físicas, dormir as horas necessárias e, claro, recorrer a procedimentos estéticos, caso necessário˜, diz. 

A estrela, que está à frente da peça Tarsila, A Brasileira, em cartaz no Teatro Santander, afirma que, caso algum traço de nossa aparência não nos faça bem, devemos sim buscar alternativas.

Contudo, é necessário buscar um médico de nossa confiança e estarmos certas de que a decisão está partindo de nós mesmas, não por pressão externa. 

“Por ser uma figura pública, me deparei com o etarismo muito cedo. As pessoas comentavam: `Ela não é mais como antes`, `O rosto deu uma caída`. Essas afirmações se intensificam ainda mais quando atrelam a nossa imagem como sendo apenas de uma mulher jovem e bonita”, diz. 

Porém, com o tempo, ela aprendeu que é necessário levantar do sofá e irmos atras dos nossos sonhos, mesmo que o mundo nos diga o contrário. “Eu ter engravidado nesta fase da minha vida não foi apenas sobre gravidez. Foi um sonho a longo prazo. Parece que, conforme amadurecemos, tudo vai ficando mais curto. Não nos permitem sonhar. Mas sempre dá tempo de recomeçar, basta a gente querer”, afirma. 

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Para Claudia, o melhor da vida é envelhecer com dignidade, saúde, alegria e planos a longo prazo. 

Etarismo no mundo corporativo

Giovana Pacini também explica que, no mundo corporativo, a grande maioria são homens. “Quando nos posicionamos de uma forma mais incisiva, nos julgam como grossas e loucas. É diferente para os homens que, quando agem dessa forma, são tidos como grandes líderes.”

Segundo Giovana, isso tende a piorar conforme envelhecemos. “Hoje no mercado há muitas pessoas novas, e precisamos aprender com elas, claro. Porém, elas também precisam aprender conosco. É uma troca”, diz. 

Ela aponta que, atualmente, um homem envelhecendo no mercado é tido como um profissional em ascensão. “Com 50 anos, os enxergamos como presidentes, chefes de conselho. A mulher, a partir dos 50, precisa estar fora do mercado. Temos poucos exemplos no Brasil de mulheres que conseguiram, com o passar do tempo, se manterem no mercado“, reitera. 

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Criação da autoconfiança feminina 

“Minha mãe, por mais que fosse dona de casa, sempre foi além do tempo dela, e me incentivou a buscar o que eu queria, a ter a minha independência financeira e emocional”, diz Giovana sobre o quanto os exemplos que temos em nossa criação influenciam na construção de nossa autoestima a longo prazo. 

Hoje, ela traz esses mesmos ensinamentos para a filha: “Ela me vê trabalhando todos os dias, indo viajar, e acha o máximo. Espero conseguir inspirá-la. A encorajo a seguir o próprio caminho, sem precisar de ninguém”, compartilha. 

Senso de beleza em uma sociedade etarista 

Claudia Raia revela que não se sente bonita quando não está bem internamente. “Claro, os tratamentos estéticos estão aí para nos ajudar. Vemos a pele cedendo, nos descontentamos com algo ali e aqui, e procuramos métodos para nos sentir bem. No meu caso, fiz o nariz e os olhos”, diz. 

Contudo, ela traz uma ressalva: tal raciocínio é uma faca de dois gumes. “Está claro para mim que beleza vem de dentro, é o teu olhar, o seu comportamento, a tua atitude. Consigo achar um homem ou mulher muito mais belos por suas ações do que pelo o que estou vendo esteticamente.”

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Giovana complementa afirmando que todos possuem a sua beleza, mesmo que estejamos inseridos em um padrão estético idealizado pela sociedade. “Existe hoje um movimento de aceitar todos do jeito que são. Todos devem trazer a sua beleza. Não há como alguém confiante não ser bonito”, afirma. 

A CEO da Merz Aesthetics traz um conselho: a segurança faz a nossa beleza. “Mas, claro, não se pressione. A confiança vem com o tempo, vamos construindo aos poucos. E nem todos os dias a nossa segurança estará lá em cima, e tá tudo bem.”

Reeducação é necessária para nos livrarmos do etarismo

Para além de um relacionamento saudável e seguro com os procedimentos estéticos, Claudia Raia identifica um ponto importante para que, um dia, alcancemos uma sociedade menos etarista: “Nós, como mães, precisamos criar homens sensíveis, com um olhar delicado para conosco. A desconstrução de valores machistas vem de casa e de nosso enfrentamento diário. Precisamos nos posicionar, tanto para nos desconstruir quanto para desconstruir a realidade“, diz. 

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