Câncer de mama: veja como identificar fake news e evitar riscos à saúde
De curas “milagrosas” a boatos sobre mamografia, especialista alerta que a desinformação nas redes ameaça a saúde das mulheres
Não é novidade que as redes sociais se tornaram um dos principais canais para se manter antenado. Mas, pela falta de monitoramento, também acabaram virando palco para a desinformação, principalmente quando o assunto é saúde. Um exemplo claro são as fake news sobre o câncer de mama, que continuam a circular de forma desenfreada nas plataformas digitais.
Não são raros os vídeos e publicações que desincentivam mulheres a realizar mamografias, mesmo este sendo um exame essencial para a detecção precoce da doença, o que pode salvar vidas.
Além disso, outros conteúdos virais que prometem curas milagrosas, como chás, dietas ou tratamentos alternativos com base em premissas falsas, seguem ganhando engajamento. Em grande maioria, essas informações são divulgadas por pessoas sem formação médica ou respaldo científico.
Diante desse cenário, profissionais da saúde, como o Dr. Daniel Buttros, médico mastologista, pesquisador em estilo de vida e câncer de mama pelo Projeto Flor AU e vice-presidente da Comissão de Políticas Públicas da Sociedade Brasileira de Mastologia, têm se mobilizado para combater a desinformação.
A seguir, confira quais são as fake news mais comuns sobre o câncer de mama e como elas podem afetar a vida das pacientes.
1. Mamografia causa câncer?
O boato sobre a mamografia causar câncer é um dos mais perigosos.”Isso é totalmente falso. A radiação da mamografia é desprezível e não traz nenhum tipo de prejuízo. A ciência demonstra claramente que o rastreamento mamográfico é o principal protocolo para diminuir a mortalidade de mulheres em relação ao câncer de mama, porque ele preconiza e facilita o diagnóstico de tumores muito pequenos, principalmente abaixo de 2 cm e até abaixo de 1 cm, possibilitando a cura da doença”, explica o médico.
2. Biópsia espalha a doença?
Também é mito. “A biópsia é um recurso seguro para o diagnóstico da doença em planejamento terapêutico. Então, nós precisamos ser biopsiados. Essa história de provocar alastramento não é verdade”, afirma Buttros.
3. Desodorante com alumínio causa câncer de mama?
Desodorantes com alumínio na composição podem levar à doença? “O alumínio do desodorante já foi amplamente estudado e inclusive comprovado que não causa câncer de mama. Ele pode trazer outros prejuízos, mas em relação ao câncer de mama, é, sim, fake news”, afirma o mastologista.
4. Veneno de abelha cura câncer de mama?
“Dizer que esse ingrediente trata o câncer de mama é falacioso. Na verdade, o veneno da abelha pode trazer prejuízos e não benefícios à saúde”, alerta.
Informações falsas, consequências reais
Engana-se quem pensa que os efeitos dessas informações são apenas teóricos. O médico relata, inclusive, casos de pacientes que abandonaram tratamentos convencionais confiando em promessas milagrosas.
“Ela adotou um tratamento a base de hormônios, por uso transdérmicos e em altíssimas doses, o que fez com que a doença ‘espalhasse’. Tudo isso em decorrência de algo grave que circulou por conta de um profissional não médico, dizendo que você poderia tratar câncer de mama com hormônios como testosterona, por exemplo. Isso é grave e consequências podem ocorrer, como aconteceu com esta paciente”, conta.
Como superar o circo das fake news
Os conteúdos polêmicos compartilhados no ambiente digital chamam atenção mais rápido do que informações científicas, isso é fato. É que, por trás deles, existem estratégias de comunicação superatrativas que acabam ampliando o potencial de propagação das inverdades.
“Nas redes sociais não existem filtros. Por isso, as mentiras são disseminadas e não contidas, até por questões de liberdade de expressão”, diz.
Para Buttros, médicos e especialistas deveriam aproveitar desses espaços para divulgar informações seguras e combater mitos, mostrando como a prevenção e o tratamento correto podem, de fato, salvar vidas.
“Eu acredito que médicos especialistas deveriam trazer mais informações produtivas que ajudem não só a combater essa desinformação, mas também a trazer conhecimentos pertinentes em educação e saúde. Isso seria uma grande estratégia a ser incentivada”, defende.
Em meio ao turbilhão de informações nas redes, o especialista orienta que o melhor filtro ainda é a checagem da fonte. Profissionais da saúde devem apresentar registro e qualificação, como o CRM e o RQE, garantindo que suas orientações sejam confiáveis.
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