No Brasil, mais de 36 mil nascimentos no ano são resultados de tratamentos de fertilização. Esse dado foi divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2018. Atualmente, há cerca de 166 serviços de reprodução assistida cadastrados na Anvisa, que fazem o trabalho de coleta de óvulos, inseminação do espermatozoide no óvulo e transferência do embrião para o útero.
Porém, esses passos da reprodução assistida não necessariamente são feitos de uma tacada só. Para as mulheres que querem esperar um tempo para se tornarem mãe, o congelamento de óvulos é uma das indicações recomendadas pelos médicos.
A atriz e produtora Maria Gal, que interpreta a Gleyce Soares, na novela Aventuras de Poliana, no SBT, cultiva o sonho de ser mãe desde sua infância. Ela recorreu a esse método por dois motivos recorrentes na vida das mulheres nos últimos tempos: estabilidade profissional e a busca por um parceiro ideal.
“Sempre tive uma preocupação com a estabilidade, até porque eu tive uma criação muito atenta a essa base. Além disso, tem a questão de encontrar uma pessoa, afinal, filho é pra vida inteira. Foram esses pontos que me fizeram pensar nisso agora, aos 45 do segundo tempo”, revela a atriz, que tem 43 anos atualmente.
Maria Gal realizou o congelamento aos 42 anos. Segundo o Dr. Geraldo Caldeira, ginecologista e obstetra membro da FEBRASGO (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia) e da Sociedade Brasileira de Reprodução Humana (SBRH), a faixa etária impacta na saúde dos óvulos, que são cada vez mais expostos à poluição, radiação e medicação.
“Após os 37 anos, a qualidade dos óvulos começa a reduzir. Então, a mulher pode até produzi-los bastante, mas não necessariamente eles terão condições ideais para serem fecundados”, explica o médico.
No consultório, Dr. Geraldo explica às pacientes que o procedimento não garante uma gravidez, mas as chances chegam a 60%. O profissional também revela que 50 anos é a idade máxima aconselhável para utilizar os óvulos congelados, mas que cada situação deve ser analisada particularmente.
No caso da Maria Gal, o apoio dos médicos foi fundamental para a decisão “Na primeira consulta, não tinha certeza absoluta, mas cultivava uma vontade. O médico me falou todos os prós e contras. Os profissionais foram muito responsáveis, me acolheram de verdade. Isso é importante como o profissional recebe essa mulher”, revela a atriz que encontrou a clínica por meio de uma amiga, que também fez o procedimento.
Ao ser questionada se em alguma situação sentiu uma cobrança para engravidar, Gal responde: “Sempre teve um pouquinho, afinal, vivemos em uma sociedade que prega certos padrões, mas o meu desejo é pessoal”, comenta a atriz, que também não descarta a possibilidade de adotar.
“O fato de fazer o congelamento, não quer dizer que eu vá usar. A ideia é ampliar as possibilidades. Muitas mulheres conseguem ser mãe após os 40 anos. Minha mãe inclusive me teve aos 43 anos”, explica Gal.
Parceria
Uma família pode ser composta de diversas maneiras: mãe e filho, pai e filho, casais homossexuais ou heterossexuais com ou sem filhos, avós e netos, entre outras composições que são escolhas ou condições que a vida proporcionou.
No caso da Maria, ter alguém ao seu lado para compartilhar a experiência de ter um filho é uma escolha: “Estou em busca de um parceiro para que a gente possa construir uma família. Com um pai presente, um cara bacana”, diz a atriz que deseja oferecer ao filho condições semelhantes às que foram oferecidas pelos seus pais, tanto emocionais como materiais.
Essa busca por um parceiro atravessa um ponto importante na vida de Gal: a questão racial. “O fato de não ter um companheiro tem uma relação com a solidão da mulher negra. Neste momento, trabalho arduamente para romper com isso. Se a gente olhar para a própria dramaturgia, a gente quase não vê a relação de afeto com família negra. Isso contribui até para um consciente coletivo”, comenta. “Mas, se eu fizer 50 anos e não acontecer, vamos continuar a vida bem”, finaliza a atriz.
Confira as situações em que congelamento de óvulos é recomendado
– Aumentar a eficácia da fertilização in vitro; como alternativa ao congelamento de embriões, principalmente para casais com restrições éticas ou religiosas a esse método;
– Programa de doação compartilhada de óvulos;
– Preservação da fertilidade em mulheres com necessidade de cirurgia para retirada do ovário, radioterapia ou quimioterapia para tratamento de câncer que pode causar uma menopausa precoce;
– Postergação da maternidade.
Leia mais: Mari Maria anuncia gravidez: “não contei antes por receio de depressão”
+ Ticiane compartilha foto das filhas fantasiadas para o Halloween