Angelina Jolie sofreu paralisia de Bell. Entenda o que é
A condição pode ser causada por baixa imunidade e fatores emocionais
Recentemente, a atriz americana Angelina Jolie confessou, em entrevista concedida ao periódico Vanity Fair, que em 2016 recebeu o diagnóstico de paralisia de Bell. A paralisia é uma fraqueza que acomete parte do rosto e faz com que o paciente fique incapaz de piscar o olho — seja o direito ou o esquerdo —, mover parte da boca, tanto para falar quanto para sorrir, e franzir a testa.
“A doença, também conhecida como paralisia facial periférica, se deve à inflamação de um nervo da face que vai do centro do rosto até a região das orelhas. Ela pode estar relacionada ao vírus da herpes simples, que já está presente no organismo, mas é reativado pela baixa imunidade”, explica Paulo Olzon, infectologista e clínico geral da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
Leia mais: Amamentação e câncer de mama: saiba qual ligação há entre eles
Diagnóstico
A maioria das pessoas que apresentam a paralisia de Bell se preocupa devido à semelhança dos sintomas com os do acidente vascular cerebral (AVC). É importante frisar que, diferentemente do AVC, a condição não causa danos ao sistema neurológico do paciente. O diagnóstico pode ser confirmado pelo exame de eletromiografia.
“Devido à falta de sensibilidade, em geral o indivíduo tem dificuldade para mastigar. O problema é principalmente estético e muito comum e pode estar relacionado a fatores emocionais. Em alguns casos, a paralisia demora até seis meses para regredir”, esclarece Olzon.
Leia mais: 12 dúvidas respondidas sobre a 1ª ida da filha ao ginecologista
Tratamento
Além da assimetria do rosto, alguns pacientes revelam sofrer com uma discreta dor. De acordo com um levantamento realizado pela Sociedade Brasileira de Dermatologia, cerca de 90% dos brasileiros já contraíram o vírus da herpes, que permanece em estado latente até ser “ativado” por condições imunológicas desfavoráveis.
Há várias formas de tratamento. “Geralmente, utilizamos corticoides injetáveis para controlar a inflamação e vitamina B12, além da medicação antiviral. Em alguns casos, também pode ser recomendado que o paciente seja submetido a sessões de fisioterapia ou de acupuntura para estimular as terminações nervosas do rosto”, informa Olzon.