“Sinto muito que vocês tenham que crescer em um mundo onde isso [racismo] ainda existe”, disse uma emocionada Meghan Markle aos alunos da escola que frequentou quando jovem, em Los Angeles. A duquesa fez uma aparição inesperada em um discurso virtual de inauguração, na quarta (03) à noite, via telefone.
“O que está acontecendo no nosso país e no nosso estado e na nossa cidade de Los Angeles tem sido absolutamente devastador, não sabia bem o que dizer a vocês”, ela falou. “Queria dizer a coisa certa e estava muito nervosa que não conseguiria ou que seria mal interpretado. E percebi que o único erro seria não dizer nada porque a vida de George Floyd importava e a vida de Breonna Taylor importava e a vida de Philando Castile importava e a vida de Tami Rice importava, assim coo as vidas de todos aqueles que sabemos os nomes e dos que não sabemos”, ela seguiu emocionada.
Não é a primeira vez que Meghan fala de racismo. Um vídeo de 2012, onde relatou sua experiência pessoal e como achou força para se posicionar voltou a circular na Internet.
Amigos da atriz falaram com a revista People que Meghan está magoada que jovens estejam sendo formados em um mundo de injustiça e que tentou passar algum conforto e esperança para os estudantes.
“Vocês terão mais força do que tiveram antes em suas vozes porque a maioria de vocês tem 18 anos – ou terão 18 anos em breve – então poderão votar. Vocês terão empatia por aqueles que não vêem o mundo pela mesma lente que vocês”, ela disse.
O vídeo de quarta-feira tem 6 minutos e Meghan relembra quando ainda estava no 1º ano e foi voluntária em uma escola católica apenas para mulheres. Segundo ela, uma de suas professoras (Sra Pollia, como ela a identificou), a ensinou a “priorizar a necessidade dos outros antes de seus próprios medos”, lembrou. “Isso ficou comigo pelo resto da minha vida e na semana passada pensei muito neste ensinamento, mais do que antes. Sinto muito que vocês tenham que crescer em um mundo em que [o racismo] ainda existe”, disse.
Ela também lembrou das manifestações violentas de 1991, em Los Angeles, quando ela tinha entre 11 e 12 anos de idade e que foram uma reação ao assassinato de Rodney King por policiais. “Me lembro do horário de recolher e me lembro de ter que correr para casa, vendo as cinzas no céu e respirando a fumaça acima dos prédios, também vendo pessoas correndo de prédios carregando bolsas, saqueando casas”, ela lembrou. “Lembro de homens no banco de trás de vans com armas nas mãos. Me lembro chegando em casa e vendo a árvore que ficava em frente completamente cortada. Essas memórias não se apagam. Eu sinto tanto que ainda não estejamos em um lugar que deveríamos estar e onde vocês merecem estar”, ela encerrou.