A vereadora Benny Briolly (PSOL), primeira mulher trans a ser eleita em Niterói, Rio de Janeiro, precisou sair do Brasil após receber diversas ameaças de morte. A informação foi divulgada em uma nota liberada nesta quinta-feira (13) pela assessoria de comunicação da parlamentar.
O comunicado informa que a decisão foi tomada pelo partido pensando na segurança de Benny. O presidente do PSOL em Niterói, Daniel Vieira Nunes, afirmou estar indignado com a situação.
“A política de ódio não vencerá e o Estado precisa garantir a integridade da vida e da atuação parlamentar de uma vereadora eleita”, afirmou.
No perfil do Twitter de Benny, um post informa que a vereadora é alvo de ameaças desde que foi eleita e que “são incontáveis as agressões que sofre nas ruas e nas redes. Como, por exemplo, um e-mail citando seu endereço que exigia sua renúncia do cargo; caso contrário iriam até sua casa mata-la.”
COMUNICADO URGENTE | A vereadora Benny Briolly precisou sair temporariamente do país por conta de ameaças a sua integridade física. Não é de hoje que parlamentares negras, travestis, mulheres, LGBTQIA + e defensoras dos direitos humanos sofrem com a violência política 👇🏿 pic.twitter.com/O7w0iTSgAY
— Benny Briolly (@BennyBriolly) May 13, 2021
A vereadora também teria recebido comentários nas redes sociais desejando que “a metralhadora do Ronnie Lessa” a atingisse. Ronie Lessa é o Policial Militar reformado e preso pelo homicídio da vereadora Marielle Franco e de seu motorista Anderson Gomes.
Ele era vizinho do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) no condomínio Vivendas da Barra, no Rio de Janeiro, e foi apontado como o chefe da milícia presente na zona oeste do Rio.
A medida foi tomada como precaução devido às ameças de morte. “Para assegurar sua vida, o PSOL precisou tomar uma medida drástica de tirar Benny do país. O que é absurdo e incompatível com o Estado democrático.“
Ainda de acordo com o comunicado, a equipe da parlamentar já notificou diversas instâncias do Estado, mas nenhuma medida de proteção foi tomada.
Benny ficará afastada das atividades presenciais por cerca de 15 dias e acompanhará as sessões plenárias da Câmara Municipal de Niterói de forma virtual, o que já vinha acontecendo por conta da pandemia de Covid-19.