A vereadora Talíria Petrone (PSOL), mais votada de Niterói (RJ), afirma ter recebido ameaças de morte por telefone e pelas redes sociais. Única mulher na Câmara Municipal, negra e feminista, Talíria era amiga da vereadora Marielle Franco.
“Desde o início do mandato, numa Câmara majoritariamente conservadora, com muitos representantes da extrema direita, sofro ameaças”, contou ao Estadão Conteúdo. “Enfrento muitas reações: são ataques sistemáticos nas redes sociais, em que sou chamada de ‘vagabunda’, em que dizem que se me encontrarem na rua vão ‘meter uma bala na minha cara’, para eu ‘voltar pra senzala’.”
Tempo depois, a sede do PSOL em Niterói foi invadida por um homem armado, que ameaçava a vereadora. Pichações com dizeres difamatórios também são comuns. Em eventos públicos, ela já chegou a ouvir que “só matando mesmo” para que ela deixasse a cena política.
Em novembro, as intimidações chegaram ao ápice e a parlamentar chegou a prestar queixa na 76ª Delegacia de Polícia (Icaraí), mas o caso não teve desdobramentos. A investigação sobre tais ameaças podem ajudar na investigação do caso de Marielle, acreditam assessores do partido.