Em dois anos, número de vendas de bonecas negras não tem aumento
Fabricação de brinquedo cresce, mas sua comercialização segue estagnada
De acordo com levantamento da ONG Avante, divulgado pelo jornal O Estado de São Paulo nesta segunda-feira (21), apenas 3% das bonecas comercializadas no Brasil são negras. O percentual é o mesmo verificado há dois anos pelo estudo da Campanha Cadê Nossa Boneca?, organizado pela ONG e que foi refeito em 2018.
Porém, diferente do levantamento realizado em 2016, o de 2018 mostra que a fabricação de bonecas negras sofreu leve aumento por parte da indústria.
De acordo com a ONG, um total de 762 bonecas foram fabricadas em março deste ano. Destas, apenas 53 eram negras, o que representa 7% do total. Dos 26 fabricantes analisados, 14 possuem modelos negras em seus inventários atuais. Em 2016, a proporção era de 131 bonecas negras para um total de 1945 modelos (6,3%).
As vendas de bonecas negras, entretanto, ainda seguem estagnadas. Nas lojas online, por exemplo, apenas 3% das bonecas presente nas opções de produtos são negras.
Para realizar a pesquisa, a ONG analisou os principais fabricantes de brinquedos e o comércio online brasileiro, que se manteve praticamente o mesmo no intervalo de dois anos.
A única alteração aconteceu no fabricante responsável pelo maior número de bonecas negras no inventário. Em 2016, a Miele era apontada como a marca com maior porcentagem de bonecas negras no portfólio de produtos, com 25% de seus modelos negras, seguida de Sideral, 23%, e Milk, 15%. Em 2018, a Milk passou a liderar a lista, com 12 modelos, seguida da Roma Brinquedos, com oito.
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