Elas estão na universidade e são maiores de idade, mas as indianas são obrigadas a obedecer a um toque de recolher diariamente. Com o crescente número de estupros registrados, essa foi a medida encontrada por universidades para “proteger” as estudantes. O que as instituições ignoraram foi a mensagem que estariam mandando com essa atitude. Ao enjaular as universitárias em seus dormitórios após 18h30, eles reafirmam o machismo, pois a culpa por um ataque seria da mulher que está na rua à noite. Os homens, obviamente, não obedecem a nenhum horário para voltar.
Há relatos de meninas que foram trancadas para fora de seus quartos como castigo por terem passado alguns minutos do horário do retorno. Outras afirmam que sofrem diariamente pressão psicológica dos funcionários da instituição, que exigem saber onde as meninas vão, quando e que horas voltam.
Entretanto, com o crescente número de mulheres nas universidades, essa medida está sendo questionada. Grupos feministas estão organizando protestos no meio da noite, enchendo as ruas de mulheres. “À noite, a rua fica mais segura quando há mais mulheres nela, e não o contrário”, defendeu a estudante Utsa Sarmin, de 21 anos, em entrevista ao Washington Post. Além das passeatas, indianas estão deixando marcadas nas paredes, com grafite, mensagens de empoderamento feminino.
Não é sacrificando a liberdade que essas mulheres vão evitar ataques. Mas elas vão lutar até que as universidades percebam isso.