O boicote às mulheres em muitas esferas não é exclusivo da realidade brasileira. A renomada Tokio Medical University (Universidade de Medicina de Tóquio), no Japão, reconheceu nesta terça-feira, 8, que diversas candidatas tiveram suas notas manipuladas para baixo no concurso de admissão. O objetivo seria limitar o número de estudantes do sexo feminino de forma que elas não ocupassem mais de 30% das vagas, conforme revelou na semana passada, o jornal japonês Yomiuri Shimbun.
As práticas discriminatórias foram descobertas em meio a uma investigação sobre apadrinhamento político, depois que a faculdade foi acusada de favorecer o filho de um membro do Ministério da Educação do país. As irregularidades contra mulheres teriam começado em 2006, com alto índice de casos em 2011, conforme informou a agência de notícias Kyodo.
À imprensa, Tetsuo Yukioka, diretor-geral da universidade, declarou que “traímos a confiança do público e apresentamos nossas mais sinceras desculpas”. O vice-presidente da instituição, Keisuke Miyazawa, reconheceu que “práticas como estas nunca deveriam acontecer” e garantiu que a escola fará provas equitativas a partir do próximo ano.
Advogados envolvidos na investigação afirmaram que as razões que levaram a faculdade a adotar tal conduta foram discriminação pura e simples. Apesar de a descoberta ter indignado a opinião públicas, até o momento nenhum responsável foi punido.