A amazonense Enedina dos Santos Pandora, de 28 anos, entrou em trabalho de parto de forma prematura, aos oito meses de gestação, no dia 21 de julho. Até aquele momento, os exames pré-natal indicavam que ela estava grávida de gêmeos. No entanto, na hora do parto uma “terceira surpresa” foi descoberta pelos médicos, ou melhor, um terceiro bebê.
“Eu nunca imaginava que teria um terceiro”, contou Enedina. “Na hora que o doutor estava tirando eles, eu até me assustei quando ele falou: ‘Olha, tem um terceiro também’. Ele falou e eu levantei minha cabeça. Ele falou: ‘Não, não pode levantar’. Eu me levantei para ver se era verdade“, relembrou a mãe dos trigêmeos.
Em fala ao G1, o médico Alexandre Ribeir, que atua na cidade de Maués, informou que esse foi o primeiro nascimento de trigêmeos na cidade em, pelo menos, 35 anos.
A mãe das crianças também relatou ao veículo que todos os exames que realizou durante a gestação mostraram que ela estava grávida de gêmeos, mais especificamente de um menino e uma menina. Passado o susto, os pequenos ganharam os seguintes nomes: Murilo, Miguel e Mirela Pandora de Oliveira. Para a mãe, os bebês foram um “presente de Deus”.
Obstáculos
Após dois dias de internação, Enedina informou a equipe do G1 que os filhos precisaram ser transferidos para a capital amazonense, Manaus, devido a ausência de um “banco de leite” no município, que é muito necessário para os bebês. Como o parto foi prematuro, eles precisam permanecer internados até que se desenvolvam e ganhem o peso adequado.
A rotina após a chegada em Manaus, no entanto, não está sendo fácil. Por falta de leitos suficientes, os bebês foram separados e ficaram em três maternidades diferentes.
Até o presente momento, Enedina e o marido conseguiram fazer com que dois dos filhos, Miguel e Mirela, fossem internados juntos na maternidade Balbina Mestrinho.
“Eu tive que praticamente me humilhar para a doutora colocar meus filhos juntos. O pai deles tem que ir para um lugar, eu para outro, tem a questão de dinheiro também para se deslocar. Está sendo difícil para gente”, contou. Enquanto isso, Murilo segue internado separado dos irmãos.
“Nós queríamos muito que colocassem eles juntos. As vezes não gosto nem de lembrar quando vim com meus filhos de avião e eles quase sem oxigênio e depois isso. Até que está aliviando porque os ‘doiszinhos’ já estão juntos. Estava ficando louca, porque é uma situação muito difícil que estamos enfrentando até agora”, afirmou.
Mesmo em meio a um mar de confusões, desencontros e a ausência de uma data para a alta, ainda existe um fôlego de esperança para a família. “Graças a Deus está tudo bem com eles. Estou aguardando ansiosa para ver meus filhos todos perto de mim. Estão todos espalhadinhos por enquanto e é muito difícil ver isso, mas eu como mãe espero logo poder ver meus filhos, ouvir o chorinho deles. Não vejo a hora”, disse Enedina.