O estado de São Paulo registrou recorde histórico nas taxas de mortalidade materna em 2017. Foram 60,6 mortes por 100 mil, maior índice já verificado desde 1996. Os dados são de levantamento inédito do Ministério da Saúde, obtido pela Folha de S. Paulo.
Em 2003, o estado apresentou uma taxa de mortes maternas de 34,2 mortes por 100 mil, a segunda menor de oito estados do país. Em 2017, São Paulo caiu para a 15ª colocação no ranking nacional.
“No estado de São Paulo, a situação pode ser considerada até mais grave do que a do Brasil porque, após atingir a razão de morte materna de 35, em média, entre 2003 e 2005, os índices têm subido a cada ano”, afirma a ginecologista Rossana Francisco, presidente da Sogesp (Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo), à Folha.
Para a coordenadora da saúde da mulher da Secretaria de Estado da Saúde, Marisa Ferreira da Silva Lima, o aumento nas taxas de mortalidade está ligado à melhoria na notificação das mortes. Segundo ela, a taxa em 2018 já teve queda e deve ficar em torno de 41,5 mortes pro 100 mil. No entanto, os dados ainda não estão consolidados.
Além disso, o estado e o Ministério Público investigam as mortes e, segundo Lima, muitas delas estão relacionadas a falhas do médico em detectar e tratar corretamente as complicações obstétricas.
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