Nesta terça-feira (20), as autoridades do Talibã informaram o fechamento de universidades para mulheres no Afeganistão. A duração da proibição não foi anunciada pelo grupo fundamentalista islâmico, embora a medida tenha passado a valer imediatamente. A carta do ministro Neda Mohammad Nadeem foi enviada a todas as faculdades. “Recomenda-se que implementem a ordem de suspender a educação das mulheres até novo aviso”, dizia.
A mudança é mais uma maneira de restringir o acesso à educação formal para pessoas do sexo feminino. Ela aconteceu três meses depois de uma espécie de vestibular ser realizado para a entrada em faculdades do país. O governo limitou quais assuntos poderiam e quais não poderiam estar contidos no exame.
Na época em que assumiram o poder do Afeganistão, o Talibã dizia à mídia internacional não querer que as mulheres fossem vítimas. O porta-voz da organização, Suhail Shaheen, inclusive, declarava que esse grupo teria acesso ao ensino, como alunas ou como professoras. As falas, quando comparadas às ações que as sucederam, são, no mínimo, contraditórias. As salas e entradas foram segregadas, pois, segundo o ministro, “as classes mistas são contrárias aos princípios do Islã e às nossas tradições”; e meninas do ensino médio foram impedidas de estudar também neste ano.
O Talibã havia imposto a mesma proibição nos anos 1990 no Afeganistão. Em 2001, deixaram de governar o país, o que possibilitou que a educação fosse muito mais difundida nos últimos anos para os afegãos.