O Talibã anunciou nesta terça-feira (23) a proibição da exibição de filmes, séries e outros dramas televisivos com atrizes mulheres nas TVs do Afeganistão.
“Aqueles programas em que mulheres atuaram, não deverão ir pro ar”, disse um porta-voz do Ministério de Vícios e Virtudes.
Além da medida, o grupo extremista ainda comunicou que as jornalistas e âncoras dos jornais televisionados serão obrigadas a utilizar o hijab, o lenço tipicamente islâmico que cobre a cabeça.
As duas imposições fazem parte de uma série de normas ditadas pelo governo talibã para empresas de mídia que operam no Afeganistão. As emissoras que descumprirem com os “valores islâmicos ou afegãos” estão sujeitas ao banimento.
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Observadores da Humans Right Watch (HRW) criticaram o anúncio e disseram que a liberdade de mídia e imprensa está se deteriorando no país. Para Patricia Gossman, diretora da HRW, a retirada das mulheres da mídia e das artes “é devastadora”.
Desde a retomada do poder pelos talibãs em agosto, fato que ocorreu após 20 anos da expulsão do grupo pelos Estados Unidos, as mulheres afegãs estão tendo seus direitos anulados, apesar dos discursos moderados e que prometiam preservar a liberdade das mulheres no país.
Até então, o extremismo religioso tem demonstrado exclusão das mulheres da sociedade através da falta de representação feminina na cúpula governamental, da proibição da prática de esportes e frequência das universidades, obrigação no uso do hijab, além de outros relatos isolados sobre a precariedade da saúde, direito ao trabalho e locomoção nas ruas sem a companhia de uma figura masculina.