Suzane Richthofen é autorizada pela Justiça a cursar faculdade
Após obter nota suficiente no Enem para cursar o ensino superior, a defesa de Suzane fez o pedido e conseguiu a autorização
Suzane Von Richthofen, condenada a 39 anos de prisão pela morte dos pais, foi autorizada pela Justiça a cursar faculdade de farmácia em uma universidade em Taubaté (SP). Atualmente, ela cumpre pena em regime semiaberto e, após obter nota no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), a defesa fez o pedido para que ela pudesse cursar o ensino superior.
A decisão liminar de sexta-feira (10), assinada pelo desembargador relator José Damião Pinheiro Machado Cogan, determina que a autorização vale para início imediato, uma vez que as aulas do segundo semestre já estão ocorrendo. O pedido protocolado em 12 de agosto permite que Suzane curse farmácia no período noturno.
Ao G1, a faculdade Anhanguera informou que “trata diretamente com seus alunos, caso necessário, eventuais ações a respeito de sua frequência e desempenho escolar, pois trata-se de assunto de cunho particular. A instituição ressalta que a matrícula da aluna foi autorizada pela Justiça e esclarece que oferece a todos tratamento igual, conforme determina a legislação brasileira”.
O Ministério Público teve parecer contrário na análise do pedido, alegando que não haveria como garantir a segurança da detenta. Apesar disso, segundo a Justiça, Suzane preenche todos os requisitos para ter os estudos autorizados.
Tentativas de estudo
Suzane cumpre pena na penitenciária do Tremembé (SP) e está dentre os 263 presidiários do Vale do Paraíba que foram aprovados no Enem, com nota suficiente para concorrer a vagas em universidades.
Desde 2015 a detenta cumpre regime semiaberto, tendo direito a saídas temporárias. Com autorização da Justiça, a presa pode deixar a unidade penitenciária para trabalhar e estudar.
Essa, porém, não foi a primeira vez que Suzane quase cursou o ensino superior. Em 2020, Suzane conseguiu uma vaga pelo Sisu para cursar Gestão de Turismo no Instituto Federal de Campos do Jordão (SP). Ela chegou a realizar a matrícula, mas não conseguiu autorização para deixar o presídio.
Em 2017, ela foi aprovada para cursar administração em uma instituição católica de Taubaté. Para arcar com os custos da mensalidade, ela se inscreveu e conseguiu o financiamento estudantil oferecido pelo Fies. Mas, mesmo assim, não concluiu a matrícula.
A primeira autorização de Suzane para cursar uma graduação ocorreu em 2016, quando ela tentou frequentar as aulas de administração de uma universidade particular. Na época, ela temia o assédio fora da prisão, então pediu para fazer o curso online mas, por falta de recursos, o pedido foi negado.