Soldados do Sudão do Sul acusados de terem estuprado trabalhadoras humanitárias e de terem assassinado um jornalista local, serão julgados a partir desta terça-feira (30), em Juba, capital do país, de acordo com o G1.
O julgamento dos 12 militares envolvidos deve durar algumas semanas e a próxima sessão está marcada para o dia 6 de junho. Ele é visto como um teste para o governo do país em deliberar crimes de guerra.
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Os crimes aconteceram em julho de 2016, no Terrain Hotel, durante combates entre o exército do presidente Salva Kiir e forças rebeldes do ex-vice-presidente Riek Machar.
O então gerente do hotel, Mike Woodward, disse que 50 a 100 homens invadiram o local na ocasião. “Cinco mulheres que trabalhavam para organizações humanitárias foram estupradas. John Gatluak foi morto às 6h15”, contou à France Presse.
De acordo com testemunhas dos crimes, depois que o militares invadiram o hotel, as vítimas chegaram a pedir ajuda às Forças de Paz da ONU – que mantém cerca de 13 mil capacetes azuis em missão no país -, mas não obtiveram ajuda.
Crise no Sudão do Sul
Independente desde julho 2011, o Sudão do Sul está em guerra desde 2013. O confronto teve início quando o Kiir destituiu Machar e o acusou de tramar um golpe de Estado. Desde então, diferentes milícias se uniram para defender cada lado em lutas marcada por massacres de caráter étnico.
Por conta da guerra, mais de 1,5 milhão de pessoa fugiram do país, segundo a Agência da ONU para os Refugiados (Acnur). Tal fuga transformou o Sudão do Sul na “maior crise de refugiados da África” e na “terceira do mundo” – atrás apenas da Síria e do Afeganistão.
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