A Associação de futebol da Jordânia exigiu que sejam realizados exames que comprovem o gênero de uma jogadora iraniana. A exigência, feita no último final de semana, ocorreu após os dois times se enfrentarem em setembro, pelas Eliminatórias para a Copa Asiática feminina.
O gênero da goleira Zohreh Koudaei é questionado pela Jordânia, que encaminhou um pedido de abertura de inquérito à AFC (Confederação Asiática de Futebol). Ali Bin al-Hussein, príncipe e presidente da federação jordaniana, exigiu a “verificação de sexo” da jogadora em uma carta no Twitter, datada de 5 de novembro.
Ele alega que existem “dúvidas sobre a elegibilidade da jogadora” e afirma ainda que o Irã “tem um longo histórico no que diz respeito a questões de gênero e de dopagem” das atletas.
No relevance to previous tweets but it’s a very serious issue if true. Please wake up @theafcdotcom pic.twitter.com/egk678CXCX
— Ali Al Hussein (@AliBinAlHussein) November 13, 2021
“Sou uma mulher. Eles estão fazendo bullying comigo”, disse Zohreh Koudaei aos veículos de comunicação do Irã, afirmando ainda que vai processar a seleção da Jordânia.
O jogo entre os dois países aconteceu em Teerão e foi para os pênaltis após um empate sem gols nos 90 minutos de partida. A vitória do Irã foi por 4 a 2, graças às defesas decisivas que a goleira fez.
Em entrevista à imprensa local, Maryam Irandoost, técnica do Irã, afirmou que as acusações contra a jogadora e seu time são levianas e não passam de um pretexto para não aceitarem a derrota. A treinadora da seleção iraniana se colocou à disposição para fornecer qualquer documento necessário solicitado pela AFC.
“Gostaria de confirmar que fizemos os testes necessários antes do início da nossa viagem, visto que a equipe médica examinou cuidadosamente todas as jogadoras da seleção nacional para não encontrarmos quaisquer problemas a este respeito“, disse Maryam Irandoost.
Essa não é a primeira acusação feita contra o Irã de usar jogadores masculinos. Em 2015, havia uma suspeita de que oito jogadoras da seleção de futebol feminino do país eram homens aguardando uma cirurgia de readequação sexual, o que nunca foi comprovado.