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Refugiada de 105 anos viajou a pé por 20 dias para chegar à Europa

"Todos nós queremos um futuro melhor. Talvez eu não viva para ver isso, mas não posso deixar que meus filhos e netos não o alcancem", disse a senhora Bibihal Uzbeki

Por Redação CLAUDIA
Atualizado em 11 abr 2024, 18h05 - Publicado em 29 out 2015, 14h22
Reprodução: AP Photo | Associated Press/Marjan Vucetic
Reprodução: AP Photo | Associated Press/Marjan Vucetic (/)
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A Europa, principalmente, vive uma crise migratória de proporções gigantescas. Guerras civis, pobreza extrema, repressão religiosa e instabilidade política são alguns dos fatores que motivam a partida de milhares de pessoas rumo ao outro continente em busca de uma vida melhor.

Esse também é o caso de Bibihal Uzbeki, uma senhora de 105 anos que viajou por 20 dias, do Afeganistão à Croácia, trilhando quase todo o caminho a pé. Muhamet, seu filho de 67 anos, e outros 15 membros da família também estavam na travessia.

“Meus pés doem, mas eu estou bem”, disse Uzbeki. Segundo ela, a parte mais difícil do trajeto foi atravessar as montanhas do Irã, justamente onde precisavam andar a pé. Seu filho e seu neto se revezaram, muitas vezes, para levá-la em suas costas.

As razões para deixar a terra natal, infelizmente, se repetem. A guerra civil matou dois de seus filhos. “Todos nós queremos um futuro melhor. Eu posso não viver para ver isso, mas eu não posso deixar meus filhos e netos não o alcancem”, disse a um jornal local.

A família passou pouco tempo na Croácia. Logo embarcou em direção a Eslovénia, mas a intenção é ficar na Suécia, onde alguns de seus netos vivem.

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Falando nisso…

A homenageada hors concours do Prêmio CLAUDIA 2015 foi a refugiada nigeriana Jonathan, de 44 anos, que teve que deixar a família para trás e fugir do Boko Haram, organização terrorista que tentar impor a lei islâmica extremista na região. “Em uma manhã de domingo, tive que fugir da escola em que eu dava aula. Eram 15 professores, apenas cinco sobreviveram. Nós andamos a pé por quatro dias, na floresta, sem água, sem ver outras pessoas. Minha família está lá e eu estou aqui, mas estou sendo porta-voz de muitas mulheres que lutam pela educação do povo”.

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