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Rafaela Silva é ouro para o Brasil! Conheça sua história de superação

Nascida na Cidade de Deus, comunidade carioca, a judoca desafiou o destino e venceu o racismo para levar a primeira medalha dourada do Brasil na Rio 2016

Por Isabella Marinelli
Atualizado em 22 out 2016, 20h52 - Publicado em 8 ago 2016, 15h50
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  • Rafaela Silva não foi à Rio 2016 para brincadeira. Venceu as cinco lutas que disputou na categoria leve (até 57 kg) e conquistou o ouro, o primeiro do Brasil nesta Olimpíada. Bateu a atual líder do ranking mundial, a mongol Sumiya Dorjsuren, e superou o gosto amargo deixado por sua experiência em Londres.

    Não foi fácil. Para chegar ao lugar mais alto do pódio, a menina desafiou o próprio destino. Começou cedo,  aos sete anos, quando os pais a levaram à academia onde Geraldo Bernardes dava aula de judô, na Cidade de Deus, comunidade carioca. Era o início de uma relação duradoura e frutífera com o esporte.

    No Instituto Reação, também no RJ, desenvolveu seus talentos. Em 2008, foi campeã mundial júnior. Em Paris, três anos depois, perdeu a final do Mundial para a japonesa Aiko Sato. Aos 20 anos, foi às Olimpíadas, em Londres, onde seria escrito um triste capítulo de sua história.

     

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    Rafa quase desistiu da carreira após o fracasso: ela foi desclassificada por um golpe ilegal, que havia sido proibido por uma mudança de regra três anos antes. Saiu do tatame chorando, mas admitiu o seu erro e lamentou profundamente a eliminação. Entretanto, nas redes sociais, a derrota foi rebatida com agressividade. A atleta foi vítima de racismo por parte de torcedores que tentaram intimidá-la com palavras de ódio e xingamentos de “macaca”. Com os ânimos alterados, bateu boca com os seguidores e o episódio ganhou um tom ainda mais dramático.

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    Depois disso, ficou quase quatro meses sem lutar, mas repensou. Conseguiu recuperar os bons resultados no World Masters e entrou em uma escala crescente de desempenho com o Mundial disputado no Rio, em 2013. Ela é a primeira mulher brasileira campeã mundial de judô.

    Após tantas vitórias, conseguiu juntar dinheiro para comprar uma kombi. O pai, Luiz Carlos, usa para buscar as frutas e verduras que vende em seu pequeno comércio. Neste mês, também serviu como meio de transporte para levar a família às competições.

    “A caminhada até aqui foi dura, mas valeu a pena”, compartilhou. O esforço valeu a pena: Rafaela Silva deu ao Brasil o primeiro ouro da Rio 2016. E que prazer vê-la virando o jogo!

     

     

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