A Polícia Militar de Belo Horizonte prendeu na quinta-feira (1º) o procurador de Justiça Bertoldo Mateus de Oliveira, 59 anos, suspeito de atirar em uma mulher após uma briga de trânsito. Segundo registro da PM, ele apresentava sinais de embriaguez. A vítima, identificada como Simone Santos Vaz, de 53, não foi atingida pelos disparos e passa bem.
Segundo ela, a discussão se iniciou após Bertoldo, que estava parado em um semáforo, não arrancar quando o sinal abriu. Simone, no carro de trás com a companheira, buzinou, deu ré e passou pelo veículo do procurador, chamando sua atenção. Bertoldo então iniciou uma perseguição até a casa da vítima, enquanto a ofendia por nomes como “sapatona” e “puta”.
Estacionando diante do prédio onde Simone mora, ambos desceram de seus respectivos veículos e iniciaram a briga. Após tentar bater nela, o procurador disse que iria matá-la, foi até o carro e sacou um revólver calibre 38.
“A vítima passou a pedir socorro, pessoas chegaram ao local para ver os fatos; a companheira da vítima chegou a ajoelhar e implorar para que ele não fizesse nada; o autor neste momento fingiu que iria embora”, relata um trecho do boletim de ocorrência. Logo em seguida porém, o procurador disparou contra Simone, que conseguiu se esconder atrás de uma pilastra da garagem, evitando ser atingida.
Ele também tentou fugir do local, mas foi perseguido pela polícia. Bertoldo resistiu à abordagem, xingou os oficiais e se recusou a apresentar um documento de identificação. Uma pesquisa no Departamento de Trânsito revelou que a habilitação do homem está vencida desde janeiro.
O relatório policial aponta que ele demonstrava sintomas de embriaguez, como fala desconexa, olhos avermelhados, andar cambaleante e cheiro de bebida, porém o procurador se negou a fazer um teste do bafômetro. No carro dele foi encontrada uma arma com munição já usada.
Em sua versão, Bertoldo declarou que ao sair de um restaurante, foi chamado por Simone de “idoso e filho da puta” e que teria ido atrás dela para saber por que foi xingado. Também disse que não atirou de forma voluntária contra ela e que o para-brisa de seu carro teria recebido um tiro.
Conduzido à procuradoria do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), o procurador foi autuado por desacato, resistência, condução de veículo sob influência de álcool e tentativa de homicídio. Ele pagou fiança e está em casa. O caso está sendo investigado pelo MP.