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Mulheres relatam terror após negligência em procedimento estético

Giselle Gomes é investigada em mais de 30 inquéritos

Por Da Redação
Atualizado em 1 fev 2023, 10h35 - Publicado em 4 Maio 2021, 10h43
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  • Mais de 40 mulheres de todo Estado do Rio de Janeiro disseram que foram vítimas de procedimentos estéticos desastrosos feitos pela dentista Giselle Gomes. De acordo com as autoridades, a profissional dizia aos clientes que usava ácido hialurônico, mas na verdade era uma fórmula de baixo custo.

    Segundo o G1, a dentista tem cargo público em duas cidades, mas não comparece já algum tempo nos locais de trabalho. Como professora concursada no nível infantil, Giselle estava afastada desde 2018, porém deveria ter retornado no ano passado.

    Já no segundo registro ela aparece como funcionária pública de Campos dos Goytacazes,, onde chegou até a ser nomeada para trabalhar no gabinete de dois vereadores entre 2018 e 2020. No entanto, neste ano, Giselle deveria ter se apresentado para continuar nas funções.

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    “Ela é funcionária nossa de carreira, estatutária, admitida em concurso desde 2011 e atualmente ela se encontra faltosa. Em janeiro, ela gozou férias assim como todos os servidores da Educação, e nos meses de fevereiro março e até o presente momento ela não apareceu pra trabalhar, então, tá tendo sua remuneração toda descontada”, disse o secretário municipal de educação, Daniel Damasceno.

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    Segundo as vítimas dos procedimentos estéticos, a dentista, no início, era atenciosa e aparentemente qualificada. Porém, no retorno quando o erro era apontado, ela as tratava com deboche e arrogância. “Em primeiro momento, ela é amorosa, ela entende o problema do outro. Então, ela realiza o procedimento. Quando a pessoa volta pra revisão e se queixa de alguma coisa, ela se transforma numa pessoa grossa, arrogante, debochada”, disse Andréa Paes, advogada de 25 das vítimas.

    “Eu passei a ser motivo de chacota. Falavam que minha boca tava igual de pato, que eu fui mordida por uma abelha”, afirmou a personal trainer Camilla Carvalho.

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    “Eu não quis ver ninguém, com medo de questionamento: ‘ah, pra quê você foi fazer isso? É tão bonita’. Então, eu preferi me isolar”, relatou outra vítima, cabeleireira Lana Velasco.

    Após a reportagem divulgada no último domingo (2) no Fantástico, mais mulheres que procuraram o procedimento com a médica e obtiveram um resultado indesejável começaram a surgir.

    “Várias outras vítimas já procuraram a delegacia essa semana. Inclusive nós temos a novidade de um laudo de uma vítima que se submeteu ao procedimento cirúrgico cujo produto utilizado foi o hidrogel industrial, utilizado por indústrias e por agricultores na fabricação de papel, embalagem de alimentos, fabricação de adesivos e outros processos industriais”, informou a delegada Natália Patrão.

    A polícia revelou também que a dentista vendia procedimentos estéticos com ácido hialurônico, mas aplicava o polimetilmetacrilato, conhecido como PMMA, um preenchedor sintético permanente. A substância costuma ser encontrada em um valor mais em conta, porém é perigosa.

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    Depois das vítimas irem à delegacia, o Ministério Público denunciou a dentista por lesão corporal grave, estelionato e exercício ilegal da profissão.

    A Justiça resolveu suspender as redes sociais e afastou Giselle das funções. “Ela substituía produtos químicos pra aumentar o seu lucro na atividade que exercia e, dessa forma, ela acabou desfigurando seus próprios clientes em razão de ganância”, contou o promotor Fabiano Rangel.

    Já o Conselho Regional de Odontologia informou que a lei permite que dentista apliquem o PMMA. Como foi denunciada por pacientes, um processo ético foi iniciado para apurar os fatos. A Anvisa afirma que a decisão da aplicação do PMMA se deve aos conselhos profissional.

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    Em uma nota de defesa, Giselle diz que os casos citados na matéria foram exclusividade de poucas pessoas atendidas dentro de um universo de quase dois mil procedimentos. Segundo ela,  os produtos utilizados eram informados aos pacientes, o que foi negado pelas vítimas.

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