Presidente da instituição de Charles renuncia após alegações de má conduta
Fundação do Príncipe de Gales tornou-se alvo de investigações após suspeita de atividade desonesta envolvendo doações de valores exorbitantes
O presidente da Prince’s Foundation, instituição de caridade do príncipe Charles, renunciou ao cargo após uma onda de alegações de que a organização teria recebido uma doação de alto valor de um russo, o que colocou a entidade no alvo das investigações.
As averiguações por parte do Scottish Charity Regulator, a agência reguladora de instituições de caridade da Escócia, se iniciaram nesta semana após o jornal britâncio The Sunday Times informar que Charles escreveu uma carta de agradecimento a um empresário por uma doação de, aproximadamente, 700 mil dólares.
De acordo com o investigado pela agência, deste valor estimado, a instituição teria aceito mais de 100 mil dólares antes que o comitê de ética rejeitasse a quantia restante.
Em fala, Connell, o ex-presidente da instituição, disse na quarta-feira (15) que ficou “chocado e consternado” com os relatos de “atividade desonesta” dentro da fundação.
“Minha opinião é que a pessoa que preside qualquer organização deve assumir a responsabilidade se parecer que uma conduta imprópria grave pode ter ocorrido dentro dela”, argumentou. “Acredito que o curso de ação correto é o presidente aceitar essa responsabilidade e se retirar. É por isso que hoje estou renunciando ao cargo de presidente da Fundação do Príncipe.”
A decisão se deu logo após o presidente-executivo Michael Fawcett também renunciar ao seu cargo, após alegações veiculadas em jornais sobre “honras” destinadas à organização em nome de um empresário saudita.
Em nota, a instituição de Charles se posicionou. “A Prince’s Foundation entende e respeita a decisão do Sr. Connell de renunciar. Gostaríamos de agradecê-lo por todo o seu trabalho até o momento e desejar-lhe o melhor.”
“A Prince’s Foundation leva muito a sério as alegações feitas em artigos de notícias recentes e está comprometida com os mais altos padrões éticos”, acrescentou. “Essas mudanças no conselho de curadores não afetarão o escopo ou o tempo da rigorosa investigação independente já em andamento.”
Em declaração à revista People, o escritório do príncipe Charles também deu o seu parecer sobre o assunto: “O Príncipe de Gales não tem conhecimento da alegada oferta de honras ou da cidadania britânica com base em doações para suas instituições de caridade e apóia totalmente a investigação agora em andamento pela Fundação do Príncipe”, escreveu.
Dame Sue Bruce, a vice-presidente da instituição, assumirá a função de presidente interina.