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Em meio a denúncias de assédio, príncipe Andrew renuncia títulos militares

Enquanto o filho da rainha Elizabeth é investigado por assédio sexual nos EUA, ele devolveu seus títulos e caridades com consentimento da monarca

Por Sarah Catherine Seles
14 jan 2022, 16h44
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  • O palácio de Buckingham anunciou na quinta-feira (13) que o príncipe Andrew teve seus títulos militares e caridades retirados por conta das investigações por assédio sexual. Isso ocorreu um dia depois de um juíz entrar com um processo civil por abuso sexual contra o filho da rainha Elizabeth.

    Além disso, segundo uma fonte da realeza à CNN, Andrew deixará de ser chamado de “Vossa Alteza Real” (His Royal Highness”, em inglês), título concedido a alguns membros da família real.

    Em entrevista ao veículo, a fonte informou ainda que “todos os papéis do Duque foram retornados à Rainha com efeito imediato para a redistribuição entre os outros membros da Família Real. Para transparência total, não serão devolvidos ao Duque de York”.

    Príncipe Andrew
    Ele é acusado de ter abusado Virginia entre 1999 e 2001 (Mark Cuthbert/UK Press/Getty Images)

    “Com a aprovação e consentimento da Rainha, as afiliações militares e patronos reais do Duque de York foram devolvidos à monarca. O Duque de York continuará a não performar nenhum dever público e está defendendo este caso como um cidadão privado”, disse o palácio em nota

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    Nesta semana, na quarta-feira (12), um juiz de Nova York negou uma moção pedida pelo time judicial de Andrew para dispensar um processo civil feito por Virginia Giuffre contra ele. A advogada afirma ter sido traficada pelo empresário condenado Jeffrey Epstein e ainda foi forçada a ter relações sexuais com Andrew, quando tinha apenas 17 anos. 

    A autora da denúncia, acusa o membro real de forçá-la a fazer sexo três vezes entre o período de 1999 e 2002. De acordo com as alegações, a vítima teria sido entregue a Andrew a fim para manter relações sexuais quando ainda era menor de idade. O norte-americano Jeffrey Epstein, acusado de tráfico sexual de menores que suicidou em um presídio de Nova York em 2019, é quem teria sido a ponte entre os dois.

    Virginia Roberts Giuffre
    Virginia Roberts Giuffre (Emily Michot/Miami Herald/Tribune News Service/Getty Images)
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    Para Virgínia, dar o exemplo e ser vocal sobre os crimes é uma forma de inspirar outras mulheres a denunciarem abusos. “Nós precisamos acabar com a cultura de culpar a vítima”, alertou. “É a mesma tática da polícia e os problemas sistêmicos que precisam mudar”, disse.

    Aos 61 anos, o príncipe, que está afastado de suas obrigações reais desde 2019 em decorrência das denúncias de participação no esquema ilícito de Epstein, nega as acusações feitas por Giuffre e garantiu que não a conhece.

    “Estou responsabilizando o Príncipe Andrew pelo que ele fez comigo. Os poderosos e ricos não estão isentos de serem responsabilizados por suas ações. Espero que outras vítimas vejam que é possível não viver em silêncio e medo, mas sim reclamar a vida falando e exigindo justiça”, afirmou a vítima.

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    “Eu sei que essa ação me sujeitará a novos ataques do príncipe Andrew e seus substitutos, mas eu sabia que se eu não prosseguisse com essa ação, eu estaria decepcionando eles [minha família] e as vítimas em todos os lugares”, finalizou Virginia.

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