A dois dias de completar um ano do assassinato da vereadora Marielle Franco (Psol) e do motorista Anderson Gomes, a polícia prendeu um policial militar reformado e um ex-policial reformado pelo envolvimento no crime.
Segundo o jornal O Globo, um dos presos é o sargento reformado da Polícia Militar Ronnie Lessa, de 48 anos. O outro é o ex-policial militar Elcio Vieira de Queiroz, de 36, que estaria com Lessa durante o crime.
A prisão preventiva foi decretada pelo juiz-substituto do 4º Tribunal do Júri Guilherme Schilling Pollo Duarte, após denúncia do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) do MPRJ. A principal prova foi encontrada na quebra de sigilo de Lessa, quando a polícia descobriu que ele monitorava a agenda de Marielle.
Segundo a promotoria, “a empreitada criminosa foi meticulosamente planejada durante os três meses que antecederam o atentado”. A denúncia identifica Lessa como executor do crime.
Em 1998, Lessa chegou a ser homenageado na Alerj. Na ocasião, o deputado Pedro Fernandes Filho, avô de Pedro Fernandes Neto (PDT), atual secretário estadual de educação, disse que o policial era digno de homenagem por “honrar, permanentemente, com suas posturas, atitudes e desempenho profissional, a sua condição humana e de militar discreto mas eficaz”.
Já o ex-policial militar Élcio Vieira de Queiroz estaria, segundo o Ministério Público, no carro que emparelhou Marielle Franco.
As prisões foram efetuadas às 4 horas da manhã, quando os policiais foram até a casa de Lessa, em um condomínio na Barra, Rio de Janeiro. O local é o mesmo onde o presidente Jair Bolsonaro tem casa. Os textos das denúncias divulgadas até agora não mencionam o nome do presidente.