Prestes a completar dois anos do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, a Secretaria de Segurança Pública do estado da Bahia divulgou na manhã deste domingo (9) a morte do ex-policial do Bope Adriano Magalhães da Nóbrega, um dos suspeitos de envolvimento no caso, após troca de tiros com a polícia. Adriano estava foragido da polícia e foi alvejado no momento em que seria preso.
De acordo com informações divulgadas pela SSP, o miliciano, que era considerado um dos líderes do “Escritório do Crime” no Rio de Janeiro, estava escondido no município baiano de Esplanada. Os passos de Nóbrega eram acompanhados pelas equipes de inteligência da polícia.
“No momento do cumprimento do mandado de prisão ele resistiu com disparos de arma de fogo e terminou ferido. Ele chegou a ser socorrido para um hospital da região, mas não resistiu aos ferimentos. Com o foragido foi encontrada uma pistola austríaca calibre 9mm. Vasculhando outros cantos da casa os policiais encontraram mais três armas”, aponta a nota da SSP.
A executiva Nacional do PSOL, partido em que Marielle exerceu seu mandato como vereadora do Rio de Janeiro, divulgou uma nota pública em relação à morte do suspeito. Confira abaixo:
“Na manhã deste domingo ficamos sabendo pela imprensa que Adriano da Nóbrega, miliciano ligado a Flávio Bolsonaro e um dos chefes da milícia conhecida como Escritório do Crime, foi morto pela polícia na Bahia. Adriano estava foragido e era suspeito de envolvimento no assassinato de nossa companheira Marielle Franco e Anderson Gomes.
A Executiva Nacional do PSOL exige esclarecimentos sobre as circunstâncias da morte do miliciano e, através de sua Executiva Nacional, de sua direção regional Bahia e parlamentares, solicitará uma audiência com a Secretaria de Segurança Pública daquele estado para obter maiores informações, uma vez que Adriano da Nóbrega era peça chave para revelar os mandantes do assassinato de Marielle e Anderson. Avaliaremos medidas que envolvam autoridades nacionais. Seguimos exigindo respostas e transparência para pôr fim à impunidade.
Marielle e Anderson: presentes!
Executiva Nacional do PSOL”
A relação de Nóbrega com a Família Bolsonaro
Segundo investigações do Ministério Público do Rio de Janeiro, Adriano da Nóbrega também teria envolvimento com o senador Flávio Bolsonaro, que agora está sem partido, mas que na época em que mantinha contato com o miliciano era do PSL. Durante o mandato de Flávio como deputado estadual, Danielle Mendonça da Costa (esposa de Adriano) foi lotada no gabinete de Flávio Bolsonaro de setembro de 2007 a novembro de 2018. Já Raimunda Veras Magalhães (mãe do miliciano) foi nomeada entre maio de 2016 e novembro de 2018.
Juntas, as duas acumularam R$ 1,029 milhão com os salários recebidos mesmo sem prestarem serviço de fato. Para o MP, Danielle e Raimunda eram na verdade funcionárias fantasmas no gabinete. As investigações ainda apontam de que 19,7% desse valor, ou seja aproximadamente R$ 203 mil, foi transferido, por meio de Adriano, para a conta bancária de Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio.
familiares de Adriano, que trabalharam Magalhães da Nóbrega, transferiu para o ex-assessor Fabrício Queiroz quase 20% (cerca de R$ 203 mil) dos salários recebidos no gabinete do então deputado estadual.