O promotor alemão que agora lidera as investigações do envolvimento do pedófilo Christan B no caso do desaparecimento de Madeleine McCann agora trabalha com a possibilidade de encontrar a menina viva. Madeleine desapareceu há 13 anos, quando tinha apenas 3 anos de vida. A informação, divulgada por jornais alemães, muda a posição de Hans Christian Wolters, que inicialmente teria declarado não ter esperanças da criança ter sobrevivido. “Foi apenas uma opinião pessoal e especulação de que ele teria abusado da criança e a matado rapidamente”, o promotor justificou domingo (14) à TV britânica.
O posicionamento de Wolters mudou depois que os pais de Madeleine exigiram que a polícia alemã liberasse as provas da morte da filha. Agora o promotor confirma que elas não existem, o que, segundo diz agora, “dá uma pequena esperança” para manter viva as esperanças de reencontrá-la.
Amigos da família McCann se queixaram da investigação já começar com a possibilidade de assassinato. O suspeito tem 43 anos e em maio de 2007 estava na área da Praia da Luz, em Portugal, onde Madeleine desapareceu. Ele está preso na Alemanha por ter sequestrado uma criança e a matado, levando à polícia acreditar que tenha feito o mesmo com a menina.
“Os McCanns só querem saber o que aconteceu”, diz Clarence Mitchel, o porta-voz da família. “Sem saber, eles jamais terão paz e dependem da polícia para estabelecer os fatos dessa nova pista para a investigação”, ele explica.
“Fico surpreso com o fato de que se dissermos ou se eu disser que Madeleine está morta seja tão importante para o povo britânico. Na Alemanha, é normal que investiguemos como assassinato em casos semelhantes, então não tem tanta importância. É mais normal”, desabafou o promotor que se sentiu pressionado a mudar sua posição inicial. “Era a minha opinião pessoal e especulação, sem fatos. Eu disse “eu acredito que” porque em casos em que crianças são sequestradas, elas são abusadas e depois mortas”, ele seguiu com seu discurso marcado por praticidade e nenhuma sensibilidade.
O advogado português da família McCann, Rogério Alves, também criticou duramente os investigadores alemães por não compartilharem a evidência que os levaria acreditar na morte de Madeleine. “Eles [os McCcann] precisam saber o que está acontecendo. É uma questão Legal e de humanidade. Claro que eles querem saber, isso é uma crueldade”, ele disse.
Apesar da nova declaração, a polícia alemã não divulgou mais informações. O suspeito permanece preso pelo outro crime que cometeu. A polícia portuguesa afirmou à BBC que as provas apresentadas sobre o envolvimento do pedófilo Christian B com o desaparecimento de Madeleine são contundentes e agora também o considera o principal suspeito do caso. A polícia portuguesa tem sido criticada pela lentidão e até ter considerado os pais da criança como os únicos suspeitos do crime. Testemunhas dizem que só foram abordadas sobre Christian B entre um ano e meio ou dois anos atrás, apesar dele ter vivido na área do crime há 13 anos. Christian B é descrito como alguém agressivo e pouco confiável. Ele teria cometido crimes na Praia da Luz mais ou menos na época em que os McCanns estavam no resort, mas nunca foi investigado até recentemente.