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PF investiga se grupo criminoso impede solução do assassinato de Marielle

Suspeito pelo crime, ex-PM diz que Polícia Civil não quer elucidar caso porque membros da corporação direcionam investigação em troca de dinheiro

Por Da Redação
1 nov 2018, 18h30
Marielle Franco, vereadora do PSOL assassinada no Rio
Marielle Franco, vereadora do PSOL assassinada no Rio (@marielle_franco/Instagram)
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O ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, anunciou nesta quinta-feira (1º) que a Polícia Federal vai abrir uma investigação para apurar a suposta existência de uma organização criminosa que pode estar impedindo a solução do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ) e seu motorista, Anderson Gomes. Eles foram mortos em março de 2018 e o crime ainda não foi elucidado. A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, pediu a abertura de um novo inquérito sobre o caso, que, por enquanto, está sendo investigado pela Polícia Civil do Rio. O pedido foi baseado em dois depoimentos dados a procuradores federais. As famílias das testemunhas terão proteção da PF.

De acordo com o ministro, a suposta organização criminosa que estaria obstruindo as investigações dos homicídios inclui a participação de agentes públicos e milicianos. Ele afirma que a entrada da PF no caso se torna necessária por envolver, além de organização criminosa, indícios de coação no curso do processo, fraude processual, favorecimento pessoal, patrocínio infiel, exploração de prestigio, falsidade ideológica, fraudes e eventual crime de corrupção. “Vai ter duas investigações em paralelo. A da morte de Marielle continua. Mas vai ter outro eixo, que vai investigar, seja quem está dentro do poder público, ou quem está fora. É uma investigação da investigação, vamos assim dizer […] Se levar luz sobre quem matou Marielle Franco, é uma possibilidade, mas não é esse o objeto”, disse Jungmann.

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Em agosto, o ministro chegou a oferecer que a Polícia Federal assumisse a investigação principal do caso, o que foi autorizado pelo presidente Michel Temer, mas a Polícia Civil do Rio de Janeiro recusou a oferta.

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Nesta quinta, em entrevista ao jornal “O Globo”, o ex-policial militar Orlando de Oliveira Araújo, o Orlando da Curicica, um dos principais suspeitos pela morte de Marielle, disse que a Polícia Civil do Rio não tem interesse em elucidar o caso. Afirmou que integrantes da corporação teriam montado uma rede de proteção, não tocando ou direcionando investigações, em troca de dinheiro. Orlando Curicica está preso desde junho. Questionado sobre suas afirmações pelo “Globo”, Jungmann disse que não poderia dar detalhes sobre a nova investigação da PF.

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