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Pedófilo fez lavagem cerebral em garota de 12 anos para estuprá-la

Jan Broberg foi sequestrada e abusada diversas vezes por um amigo de sua família

Por Da Redação
Atualizado em 17 fev 2020, 16h39 - Publicado em 18 jun 2019, 18h05
Robert Berchtold e Jan Broberg
Robert Berchtold era um amigo próximo da família Broberg, mas abusou de Jan (direita) por anos (TOP KNOT FILMS/Reprodução)
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Jan Broberg enfrentou um grande trauma quando era criança. Aos 12 anos, acordou com os pés e as mãos amarradas a uma cama, enquanto escutava uma gravação que lhe dava ordens diretas.

Na sua cabeça, ela estava pensando que tivesse sido sequestrada por extraterrestres. “Foi a coisa mais assustadora que já me aconteceu. Estava aterrorizada por essa voz e o que dizia essa voz”, conta Jan em uma entrevista à BBC Radio 5 Live.

Tudo começou no início da década de 1970 quando Jan foi sequestrada na própria casa em Idaho, nos EUA, enquanto andava a cavalo. O homem era Robert Berchtold, que abusou dela por anos e ainda chantageou a família da garota.

O homem era amigo da família Broberg, tratando-os sempre com carinho. Além disso, frequentava a igreja e era respeitado na comunidade. Por isso, quando Jan foi sequestrada, seus pais não imaginavam que Berchtold fosse suspeito.

No dia em que ela desapareceu, os pais acreditavam que poderia ter havido um acidente. Na realidade, ela foi drogada e levada para quilômetros de distância no deserto mexicano.

Jan acordou em um motorhome de Berchtold. As gravações que ela havia escutado ao abrir os olhos diziam que os extraterrestres haviam tomado conta de tudo e ela acreditou.

“A mensagem dizia: ‘vá até a frente do motorhome e conhecerá seu companheiro'”, conta ela. “Nas fitas, me chamavam o tempo todo de ‘a companheira’. Me levanto e quem está deitado no pequeno sofá? Robert Berchtold.”

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Chantagem

Família Broberg
Família Broberg (TOP KNOT FILMS/Reprodução)

O criminoso conseguiu controlar Jan convencendo-a que essa história era verdadeira. “Literalmente fiz tudo o que (os extraterrestres) me disseram para fazer, porque ameaçaram levar minha irmã caçula se não cumprisse a missão”, recorda.

Cinco semanas depois do desaparecimento de Jan, ela e Berchtold foram encontrados pelo FBI. A garota estava assustada demais para contar o que os ‘extraterrestres’ estavam falando para ela e para revelar os abusos que sofria.

“Meu pai nunca deixou que Berchtold voltasse à nossa casa”, disse. “Sabia que tinha algo errado com ele. Mas (meu pai) não sabia que tinha abusado de mim, que me havia violado, porque não contei a ninguém.”

Pelo sequestro, Berchtold ficou apenas alguns dias preso. Meses antes do sequestro, havia convencido a mãe e o pai da garota a ter relações sexuais com ele. O criminoso usou isso para chantageá-los e conseguir declarações que deram a ele autorização para levar Jan ao México.

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Por isso, o rapaz voltou à vizinhança e continuou se encontrando com Jan e a controlando. E a história dos alienígenas tomaram conta da vida da garota até seus 16 anos.

Tomando coragem

Em sua adolescência, Jan sempre havia evitado se relacionar com outros meninos. “Basicamente era uma das muitas regras que tinha de seguir. Regras que os ETs me impuseram”, revela.  “Não podia me relacionar com outros meninos senão minha família morreria.”

Até que um menino a convidou para tomar sorvete e ela entrou em pânico. Ligou para casa e soube que todos estavam bem. “Foi o suficiente para começar a perceber o que estava acontecendo”, afirma.

Com isso, nos meses seguintes, ela tentou falar com outro menino na escola e aceitar um convite para uma festa. “Se voltasse para casa e meu pai não estivesse morto, se minha irmã não tivesse sido sequestrada nem estivesse desaparecida, se minha outra irmã não estivesse cega e minha mãe e eu não tivéssemos evaporado, então (a ameaça) não era real”, conta. “E foi isso que aconteceu.”

Assim, Jan foi juntando coragem de contar, aos poucos, o que estava acontecendo à sua família. Revelou que um homem próximo a eles havia feito uma lavagem cerebral para estuprá-la por vários anos.

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“Não pude falar de forma definitiva e explícita sobre o abuso sexual. Foi muito difícil para mim fazê-lo”, conta. Para ela, o fato de que seus pais não perceberam o que estava acontecendo se deu porque Berchtold era muito próximo a família.

Curando feridas

Jan em documentário da Netflix
Jan em documentário da Netflix (TOP KNOT FILMS/Reprodução)

Durante a década seguinte, Jan conseguiu revelar o que havia acontecido com ela e buscou ajuda para reconstruir a vida. Berchtold desapareceu. Quase três décadas depois, voltou a assediar Jan, aparecendo em eventos em que ela estava.

Ela registrou queixa contra ele e enfrentou o homem que abusou dela no tribunal. Mas ele ficou apenas 15 dias preso por ter abusado dela e de outros jovens.

Hoje, Jan segue pedindo para que pedófilos sejam desmascarados. Ela quer que as pessoas confiem em seus instintos “e não desviem o olhar”.

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“Sequestrada à Luz do Dia”, na Netflix

Sua história será contada em documentário da Netflix – Abducted in Plain Sight -, que ganhou o título em português de Sequestrada à Luz do Dia.

Ela diz esperar que, depois que as pessoas escutarem a história dela, outras vítimas se sintam capazes de “seguir adiante com a própria vida e de consertar as coisas que estão erradas”.

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