O pastor Steven L. Anderson, de Arizona, nos Estados Unidos, foi a primeira pessoa a ser banida da Irlanda após ser acusado de anti-semitismo e homofobia. Anderson estava em Dublin para realizar um sermão, agendado para o dia 26 deste mês.
Charlie Flanagan, ministro da Justiça e Igualdade do país, assinou uma ordem de expulsão ao pastor com efeito imediato, sob a seção 4 do Ato de Imigração de 1999.
O pastor é conhecido por suas declarações polêmicas e seu discurso de ódio. Durante um sermão, que foi divulgado no YouTube, Anderson alegou que Deus havia ordenado nas escrituras que homossexuais deveriam ser mortos e que, se a humanidade quisesse “se livrar da Aids até o Natal”, isso deveria ser feito.
Em outro vídeo, Anderson afirma ter rezado pela morte do ex-presidente dos Estados Unidos, Barack Obama. Além disso, ele também já declarou que as vítimas do massacre em uma boate gay em Orlando, Flórida, que aconteceu em 2016, mereciam ter morrido durante o tiroteio.
Após a decisão do ministro, a comunidade LGBT da Irlanda apoiou a decisão, usando o Twitter para agradecer a Flanagan: “Nós estamos muito agradecidos pela sua decisão de banir Steven Anderson da Irlanda”.
Já o website da Faithful Word Baptist Church (Igreja Batista da Palavra da Fé, em português), fundada pelo pastor em 2005, declara: “Não espere nada contemporâneo ou liberal. Nós somos uma igreja batista tradicional, independente, fundamental e única”.
Petição
Há mais de quatro meses, uma petição foi lançada online pelo site Change.org, pedindo o banimento de Anderson da Irlanda. No total, foram cerca de 14 mil assinaturas coletadas.
“Steven Anderson é um extremista do Holocausto, anti-semita e anti-LGBT, que está agendado para pregar um sermão em Dublin, na Irlanda, no dia 26 de maio de 2019, possivelmente em uma tentativa de levar as pessoas a mudar de opinião sobre o referendo do aborto no ano passado. Esta petição é para as pessoas mostrarem que querem que o pastor seja proibido de entrar na República da Irlanda”, diz o organizador da petição
A Irlanda não é o primeiro país a banir Anderson. Em 2016, o pastor já foi expulso da África do Sul, deportado do Botswana e houve outra petição para que ele fosse proibido de entrar no Reino Unido. Em novembro de 2017, ele foi impedido de entrar no Canadá e, posteriormente, na Jamaica. A Holanda também o proibiu de entrar no país este mês.
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