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Unicef revela dados preocupantes dos efeitos da pandemia nas crianças

O confinamento ameaça o bem-estar, saúde mental e direitos de crianças e adolescentes em todo o mundo

Por Da Redação
11 mar 2021, 11h52 • Atualizado em 7 jul 2021, 11h49

O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) fez um alerta mundial, nesta quinta-feira (11). Após um ano de pandemia, todos os indicadores que medem o desenvolvimento infantil e adolescente recuaram. Essa situação adversa indica que toda uma geração será penalizada por um longo período, em consequência do fechamento das escolas, pobreza crescente, casamentos forçados e da depressão.

Em nota divulgada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) no aniversário de um ano da declaração da pandemia de Covid-19, Henrietta Fore, diretora executiva da Unicef, disse que “aumentou o número de crianças com fome, isoladas, abusadas, ansiosas, que vivem na pobreza e são forçadas a se casar”.

“O acesso à educação, socialização e serviços essenciais, incluindo saúde, nutrição e proteção diminuiu. Os sinais de que as crianças carregarão as cicatrizes da pandemia nos próximos anos são inconfundíveis”, continuou Fore na nota.

Em apoio às observações de Fore, a Unicef trouxe outros dados preocupantes:

Crianças e adolescentes com menos de 20 anos respondem por 13% dos 71 milhões de casos de coronavírus relatados nos 107 países que forneceram dados específicos de idade, mesmo com a pandemia tendo atingido principalmente adultos mais velhos.
Projeções mostram que, em países em desenvolvimento, houve um aumento de 15% na pobreza infantil.
A desnutrição de seis a sete milhões a mais de crianças em 2020, que representa um aumento de 14% nos levantamentos anteriores, pode resultar em mais de 10 mil mortes adicionais por mês, principalmente na África Subsaariana e no Sul da Ásia.
Um terço de 168 milhões de alunos no mundo não têm acesso a educação online.
Até 2030, a pandemia também pode levar a 10 milhões de casamentos infantis, reflexo do fechamento das escolas e economia colapsada.
Em resposta ao confinamento, houve aumento de ansiedade, depressão e isolamento voluntário [quando a criança ou adolescente fica sozinho por opção].
Há um risco de aumento de outras doenças que são controladas por vacinação, como sarampo, visto que as campanhas foram suspensas em 26 países.

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Perante esses efeitos “devastadores”, o conselho da Unicef solicitou que as crianças sejam colocadas “no centro dos esforços de recuperação”, “priorizando escolas nos planos de reabertura”.