Estima-se que 200 mil pessoas tenham comparecido à inauguração da estátua do Padre Cícero na Colina do Horto, em Juazeiro do Norte (CE), em 1969. Aquela noite de 1º de novembro marcou a cidade, transformando o local em ponto turístico e sagrando o monumento como símbolo da fé romeira. Hoje (01) a estátua de 27 metros de altura completa 50 anos e é anualmente visitada por uma média de 2,5 milhões de turistas.
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Na quinta-feira (31), em comemoração à data, a prefeitura da cidade homenageou os responsáveis pela obra, com menção honrosa para os falecidos Armando Lacerda, artista plástico que projetou a escultura; o Monsenhor Murilo de Sá Barreto, pároco da Basílica de Nossa Senhora das Dores; e o ex-prefeito Mauro Sampaio, que idealizou a construção. Além deles, também serão condecorados o engenheiro da obra, Rômulo Aires Montenegro; os serventes de pedreiro Severino Antônio de Santana e Luiz Severino Melo da Silva; o pedreiro Geraldo Pedro da Silva, José Alves de Medeiros e um ex-administrador do Horto, o Padre José Venturelli.
“Vamos festejar e mostrar a nossa alegria para aquele que se constitui sempre na grande inspiração de fazer da cidade o símbolo do crescimento e, sobretudo, do desenvolvimento social que todos queremos”, declarou o atual prefeito, Arnon Bezerra, ao Diário do Nordeste.
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Edificação
A estátua de Padre Cícero foi impulsionada pela revolta dos devotos após a derrubada do pé de tambor, árvore onde o sacerdote costumava meditar e se refugiar, para dar lugar a uma antena de televisão. Em conversa com amigos, o prefeito Mauro Sampaio empolgou-se com a ideia de uma estátua que poderia ser vista por toda a cidade e movimentar o turismo da região.
“Ele queria fugir da ideia de romaria, de uma população muito pobre, que vinha a Juazeiro pedir a bênção e realizar práticas diversas de fé. Esse discurso era muito forte, dizendo até que a estrutura do horto ia contar com praça, playground, várias atrações. Seria um complexo turístico”, explicou a pesquisadora Amanda Teixeira ao G1.
Após uma busca sem sucesso por um escultor em Fortaleza, o prefeito conheceu por acaso o artista plástico Armando Lacerda em uma exposição e este aceitou participar do projeto. Dos sete metros inicialmente planejados, a estátua aos poucos foi ganhando mais altura até chegar aos 27 finais. “Foi feita a base, o pé e, depois, a estátua”, explicou o aposentado Severino Antônio Santana, que trabalhou na construção como servente entre seus 15 e 16 anos. As peças foram encaixadas como em um quebra-cabeças, ficando a cabeça do “padrinho” por último.
Para Severino, a oportunidade de participar da edificação do monumento foi uma honra. Para ele, não fosse por Padre Cícero, sua família não existiria. “Desde minha avó, que vinha para cá a pé, da Paraíba. Ele é santo”, afirmou o devoto.
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