Diego Ferreira de Novais, de 27 anos, foi detido no 78º Distrito Policial de São Paulo por ter ejaculado no pescoço de uma mulher dentro de um ônibus, em São Paulo, no último dia 29 de agosto. Menos de 24 horas depois, entretanto, foi liberado pelo juiz José Eugenio do Amaral Souza Neto após uma audiência de custódia no Fórum Criminal da Barra Funda.
Para o magistrado, caso não se tratou de estupro. “Entendo que não houve constrangimento, tampouco violência ou grave ameaça, pois a vítima estava sentada em um banco de ônibus, quando foi surpreendida pela ejaculação do indiciado”, indicou na decisão.
Tomado pelo caso, o noticiário tornou-se um gatilho para Mariana*, estudante de 24 anos, que foi vítima do mesmo homem. Também em um ônibus, ele abriu o zíper da calça e esfregou o pênis no braço da vítima. “Fiquei nervosa, mas não consegui gritar. Saí de perto, pulei a catraca e pedi para o motorista não deixar ele sair até chamar a polícia”, contou a jovem à FOLHA.
No relato, também menciona a falta de preparo das autoridades durante o atendimento das vítimas. Na última segunda-feira (28), esteve no Fórum Criminal para prestar depoimento Juizado Especial Criminal, de “pequenas causas”. Ao chegar no local, foi colocada ao lado do agressor para esperar a audiência. “Achei que ele não estaria lá. Cheguei a ligar para o Ministério Público para me certificar”, afirmou. Apenas depois de uma reclamação, conseguiu ser transferida para uma sala separada.
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Ela foi a 14ª mulher a fazer uma ocorrência no 78º DP, nos Jardins (zona sul de SP) contra Novais por abuso sexual. Os registros contra Diego Ferreira de Novais já chegam a 17. Dez deram origem a processos judiciais.
*Nome alterado para preservar a vítima.