Há quem diga que as reviravoltas da política brasileira dão um baile em House Of Cards. Talvez seja por isso que a Netflix apostou fichas na série O Mecanismo, que estreia nesta sexta-feira (23). Criada por José Padilha (Tropa de Elite e Narcos) e Elena Soarez (Filhos do Carnaval e Eu Tu Eles), dirigida também por Padilha, é inspirada nos primeiros passos da Operação Lava Jato, um dos maiores esquemas de investigação da corrupção no país.
“A produção vai até, mais ou menos, a sétima fase da Lava Jato. Quase cinco anos depois, já conseguimos observar esse momento com um distanciamento seguro. Ao mesmo tempo, não é um assunto que precisou chegar ao entretenimento para estar na nossa vida”, explica Elena a CLAUDIA. “Hoje também já percebemos que ela vai pegar todo mundo, porque esse é o modus operandi da política nacional”, argumenta.
Padilha também concorda que não há distinção partidária – não à toa, praticamente todas as siglas com representação no Congresso Nacional estão envolvidas no escândalo. “O mecanismo é generalizado. Aqui, ele faz parte de lógica da política, da estrutura em si. Ele não tem qualquer ideologia. Eu acredito que ele atue em todas as eleições, em todas as camadas do governo e no país inteiro. Aqui, a corrupção não é a exceção, é a norma”, afirmou.
O MECANISMO
Nos primeiros capítulos, liberados para a imprensa primeira mão, o policial Marco Ruffo (Selton Mello), delegado da Polícia Federal (chamada “Federativa”), segue os rastros do doleiro Roberto Ibrahim (Enrique Diaz) em 2003. A narrativa é uma alusão ao Caso Banestado, esquema de lavagem de dinheiro envolvendo o banco estadual do Paraná, que plantou a semente da Lava Jato dez anos antes. Depois, a história dá um salto temporal e chega a 2013, início da operação, mas desta vez sob o comando da delegada Verena Cardoni (Caroline Abras).
O que vem em seguida está nos episódios restantes, liberados de uma só vez na plataforma de streaming. Boa maratona!