Imagine que você publicou em suas redes sociais uma foto de biquíni, ou qualquer outra sem nenhuma intenção. Horas depois, essa mesma foto começa a circular na internet, mas agora, totalmente modificada e você está completamente sem roupas.
É isso o que tem acontecido recentemente. Os nudes falsos são criados a partir de fotos originais, e mais de 100 mil mulheres já foram afetadas, de acordo com um relatório da empresa Sensity.
As roupas são removidas digitalmente, através de um sistema de inteligência artificial e depois compartilhadas pelo Telegram, aplicativo de mensagens instantâneas. Nas redes sociais, esse fenômeno é conhecido como DeepFake, que nada mais são fotos ou vídeos baseados em modelos originais.
Giorgio Patrini, presidente da Sensity, alerta que “ter uma conta nas redes sociais com fotos abertas ao público é o suficiente para que qualquer pessoa se torne um alvo”. As alterações são feitas através de um “bot”, um robô digital que age dentro de um canal de mensagens privadas no Telegram.
Os usuários enviam as fotos que querem alterar, e as roupas são retiradas sem nenhum custo. Segundo o relatório da Sensity, cerca de 104.852 mulheres tiveram suas imagens alteradas e compartilhadas, entre julho de 2019 e 2020.
A investigação mostrou que, algumas fotos pareciam ser de menores de idade, sugerindo que algumas pessoas usaram o robô para gerar conteúdo pedófilo. A VK, rede social Russa onde o robô foi divulgado, afirmou que “não tolera esse tipo de conteúdo ou links na plataforma e bloqueia as comunidades que os distribuem”.