Noivo finge ter sido sequestrado para não se casar
Noiva descobriu que era mais uma vítima de Marcelo Henrique Morato Castilho depois de muito desespero
Com o seu casamento cada vez mais próximo, uma médica de Brasilia, de 44 anos, que preferiu não se identificar, recebeu mensagens dizendo que seu noivo havia sido sequestrado. Havia, inclusive, fotos para comprovar. Nelas, o homem, Marcelo Henrique Morato Castilho, 34, aparecia de joelhos, com a cabeça baixa e mãos, aparentemente, atadas.
A mulher, assustada, manteve uma conversa com o suposto sequestrador, apenas dois dias antes da cerimônia. “A polícia está chegando”, escreveu, para tentar assustar o criminoso. “Vai catar o que sobrar dele. Só quero o dinheiro”, foi a resposta que recebeu. Ela pediu uma prova que seu noivo ainda estava vivo e perguntou qual era o valor exigido.
No dia seguinte, ainda procurando seu futuro marido, a médica de São José do Rio Preto descobriu que o caso não era o que ela estava pensando. Marcelo, na verdade, não era a vítima, mas o golpista.
Leia mais: As cores de batom que vêm com tudo para a primavera
Foi descoberto que o sequestro era uma farsa do noivo para fugir do casamento. E, como se já não fosse ruim o suficiente, o homem estava longe de ser o embaixador que dizia ser – ele inclusive já tinha passado pela polícia por uma série e outros golpes aplicados.
Segundo a Polícia Civil de São Paulo, o suposto “embaixador da ONU” – como gosta de se apresentar – tem, pelo menos, cinco outras passagens registradas em sua ficha. Seus crimes vão desde apropriação indébita a estelionato, além das acusações de enganar mulheres no estado.
No caso da médica, o prejuízo não parou na decepção: ela perdeu um valor superior a R$ 30 mil pelas despesas da cerimônia e de outros gastos com o noivo.
Leia também: As melhores bases de alta cobertura – que camuflam até tatuagem
Segundo o delegado José Luiz Barboza Júnior, o golpeador é advogado com registro na OAB. Ele não teria motivos para aplicar tais golpes, já que possui a herança do pai.
“Qual é o objetivo dele com isso? Como a gente não consegue localizá-lo, provavelmente vou pedir a prisão. Ele está sumido”, afirmou o policial de Rio Preto à Folha.
O delegado também contou como Marcelo efetua o golpe, se aproximando de suas vítimas. “Ele estabelece vínculo de amizade, depois inicia um relacionamento, passa a oferecer proposta de matrimônio. Tenta seduzi-las, levando-as a lugares sofisticados, faz promessas de casamento em locais pouco convencionais: hotéis de luxo, catedrais”.
Leia mais: Autodrenagem facial: passo a passo para fazer em casa
No caso de Marcelo, a polícia consegue traçar um perfil de como ele age, considerando que ele já praticou o mesmo crime com outras mulheres. Em 2016, por exemplo, foi a vez de uma psicóloga também de Rio Preto.
Assim como a médica, a psicóloga foi enganada às vésperas do casamento. No entanto, o prejuízo dela foi muito maior, a cerimônia já havia sido marcada no Palace Hotel, no Rio de Janeiro, ainda que tivesse sido transferida para o Principado de Mônaco, por supostos problemas de saúde dele na primeira data.
Mesmo com as diferenças, em ambos os casos o golpista demonstrou ser uma pessoa requintada, culta e poliglota. E outro fator preocupa: Marcelo costuma viajar pelo país – viagens muitas vezes bancada pelas namoradas -, o que abre possibilidades para a existência de mais vítimas.
Veja mais: Príncipe Harry confessa entrar em pânico quando vê avó no palácio
Já votou no Prêmio CLAUDIA? Escolha mulheres que se destacaram