Após diagnóstico de Covid-19, sambista Nelson Sargento morre aos 96 anos
O presidente de honra da Estação Primeira de Mangueira recebeu as duas doses do imunizante, mas também sofria com um câncer de próstata há anos
O sambista Nelson Sargento morreu aos 96 anos, no Rio de Janeiro. O presidente de honra da Estação Primeira de Mangueira foi diagnosticado com Covid-19 na última sexta-feira (21), quando deu entrada no Instituto Nacional do Câncer (Inca) para internação. Nesta quarta-feira, ele precisou ser intubado, mas faleceu na manhã de hoje, às 10h45.
O compositor foi um dos primeiro cariocas a receber a vacina. Nelson Sargento recebeu a primeira dose do imunizante no dia 31 de janeiro. Já a segunda dose foi aplicada em sua casa no dia 26 de fevereiro.
O sambista lutava contra um câncer de próstata há anos, que, assim como a idade avançada, contribui para o agravamento da doença.
A última aparição de Nelson Sargento em público foi no dia 12 de fevereiro, em uma homenagem ao carnaval, cancelado por conta da pandemia. “Todos nós estamos um pouquinho tristes por não ter desfile, mas foi melhor assim. Temos que estar todos vacinados para fazermos um grande carnaval em 2022”, afirmou o sambista no evento.
A experiência no exército foi a responsável pelo apelido que marcou a história do artista na cultura brasileira. Nelson compôs clássicos, como Primavera, um samba-enredo que ficou popularmente conhecido como As quatro estações, Agoniza, mas não morre e Acabou meu sossego. Seus processos de escrita foram divididos com grandes compositores como, Cartola e Alfredo Português.
Além da música, o sambista também escreveu os livros Prisioneiro do Mundo e Um certo Geraldo Pereira e atuou no filmes O Primeiro Dia, de Walter Salles e Daniela Thomas, Orfeu, de Cacá Diegues, e Nélson Sargento da Mangueira, de Estêvão Pantoja, que gerou o reconhecimento ao artista pelo Festival de Gramado na categoria melhor trilha sonora de curta metragem.