Um grupo de mulheres entrou com um processo contra as autoridades do Catar após elas serem submetidas a exames ginecológicos invasivos no aeroporto de Doha. De acordo com o informado pelo advogado do grupo nesta segunda-feira (15), as vítimas buscam por uma indenização pelo constrangimento ao qual foram submetidas e que gerou uma crítica de nível internacional.
O caso ocorreu no final do ano passado, quando mulheres de 10 voos da Qatar Airways que estavam saindo de Doha foram submetidas a investigações. Na ocasião, as autoridades procuravam a mãe de um bebê recém-nascido que foi abandonado no banheiro.
No país, que se classifica como uma monarquia muçulmana ultraconservadora, o sexo e a maternidade fora do casamento são puníveis com prisão.
A forma invasiva de como as mulheres foram tratadas no incidente gerou indignação internacional e alimentou os temores já existentes sobre o tratamento às mulheres no Catar que, sendo sede da Copa do Mundo em 2022, deve receber milhares de pessoas.
Para enfrentar os danos comerciais e de imagem potencialmente devastadores do incidente, o Catar prometeu garantir a segurança futura das passageiras do sexo feminino.
Como parte das medidas de controle de crise, o primeiro-ministro do emirado ainda apresentou um pedido de desculpas e o oficial de segurança do aeroporto supostamente responsável pela busca foi punido.
Apesar do anúncio das medidas, o advogado das vítimas, Damian Sturzaker, disse que as mulheres não foram informadas sobre as melhorias nos procedimentos do aeroporto e que suas tentativas de buscar mediação não tiveram sucesso.