Frankielen Zampoli, 21 anos, estava grávida de dois meses de gêmeos quando sofreu um AVC e teve morte cerebral. A jovem já era mãe de uma menina de um ano. Para salvar a vida dos bebês, ela foi mantida viva com a ajuda de aparelhos e continuou a gestação por mais quatro meses.
Em entrevista ao ‘Universa‘, a mãe da jovem, Ângela Silva, 50 anos, conta que se recusou a aceitar o diagnóstico da filha e decidiu que iria cuidar dos netos. “Eu sou evangélica, tinha fé de que Deus faria um milagre e restauraria a vida dela. Os médicos falaram que não podiam fazer mais nada por ela e que os bebês não iriam resistir. Em poucos dias, eles não teriam mais batimentos cardíacos. Naquele momento, fizemos uma corrente de oração entre familiares, amigos e os irmãos da igreja”, lembra.
Uma semana depois do ocorrido, o obstetra deu a notícia de que os batimentos cardíacos dos bebês estavam cada dia mais fortes. Então, pediu autorização para tentar levar a gravidez adiante e Ângela se encheu de esperança, “achei que com o desenvolvimento deles dentro dela, isso poderia ajudá-la a melhorar”.
Frankielen ficou internada na UTI do Hospital Nossa Senhora do Rocio, em Curitiba, e contou com a ajuda de aparelhos, medicamentos e alimentação por sonda por 123 dias. “Eu e o Muriel íamos vê-la todos os dias. Durante as visitas, eu conversava com ela como se ela estivesse me ouvindo. Eu pedia para ela acordar, dizia que a estávamos esperando e que eu estava cuidando da Isis, para ela ficar despreocupada.”
“Ao longo dos meses, a barriga dela foi crescendo. Eu passava a mão e sentia os gêmeos se mexendo. Uma vez por semana, ela fazia ecografia com musicoterapia. Era mágico vê-los se desenvolvendo tão bem. No decorrer da gestação, ela ganhou peso, ficou com a pele corada e tinha um semblante bem tranquilo”, recorda Ângela.
Na 27ª semana de gestação, o quadro da paciente se desestabilizou, ela teve febre, a pressão subiu e os bebês entraram em sofrimento. Os médicos fizeram uma cesárea de emergência, e o casal de bebês nascerem prematuros, de seis meses, no dia 20 de fevereiro de 2017.
A avó foi avisada sobre o parto e disse ter vivido uma mistura de emoções. “Por um lado, chorei e fiquei triste porque ela estava partindo. Por outro, me alegrei pela vida dos meus netos. Eles nasceram saudáveis e sem sequelas.”
Após o parto, os órgãos de Frankielen foram doados e a avó manifestou o interesse em ficar com os gêmeos, acreditando que essa seria a vontade da filha. Muriel, pai dos bebês, queria que eles morassem com ele, mas, depois, concordou em deixar os filhos com Ângela. “Ele é um bom pai e bastante participativo na vida dos três. Hoje a Isis está com três anos e os gêmeos com um ano e oito meses. Ele visita os filhos com frequência, ajuda financeiramente e me acompanha nas consultas deles. Eles adoram o Muriel e o chamam de papai”, conclui.
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