Jane Cherubin, de 36 anos, foi espancada e abandonada em estrada em Dores do Rio Preto, no Espírito Santo, pelo ex-namorado, Jonas Amaral, 34. A vítima foi encontrada semi-nua, inconsciente e muito machucada pelos irmãos no dia 4 de março. Na época, CLAUDIA publicou um depoimento do irmão dela. Até este sábado (23), a polícia não tinha pistas do paradeiro do agressor.
Em entrevista concedida ao Fantástico e exibida neste domingo (24), Jane relembra a agressão e o relacionamento com o agressor. A vendedora relata que, no começo, Jonas era muito atencioso, mas que aos poucos a atenção se tornou obsessão. “Ele é possessivo, essa é a palavra certa”, afirmaou.
Os dois se conheceram em um bar, em janeiro de 2017. Jane conta que, após um ano de namoro, os sinais de agressão começaram a aparecer. “Toda vez que ele bebia, ele ficava descontrolado. Um dia ele me humilhou demais”. Ela queria terminar a relação, mas Jonas sempre prometia que iria mudar.
No dia da agressão, Jane e o ex-namorado trabalhavam juntos em um bar no distrito de Pedra Menina, em Dores do Rio Preto, Espírito Santo. O motivo da discussão que gerou o ato de violência foi uma foto. Ele pedia a ela que tirasse uma foto deles e ela se recusava. Depois disso, os dois foram embora do bar e Jonas, que dirigia o veículo em que estavam, desviou o caminho.
“Eu perguntei para ele ‘Aonde você vai?’ e ele respondeu ‘Vamos lá em cima tirar a foto que você não tirou’. Ele subiu muito agitado e correndo muito”, relata. Ele percorreu cerca de três quilômetros até Forquilha do Rio, onde as agressões começaram.
“Ele me jogou para fora do carro, com os pés. Ele me chutava muito e eu falei para ele ‘você vai me matar’ e ele respondeu: ‘é isso mesmo, eu vou te matar.’ E daí eu não lembro de mais nada”, conta.
Jane ficou internada em estado grave por seis dias. Durante três deles, ela ficou sem enxergar. “Eu lembro de escorrer muito pelo meu rosto o que, para mim, era lágrima, mas não. Era sangue”.
A reportagem do Fantástico ainda aponta que a polícia encontrou neste sábado, próximo do local onde ocorreu a agressão, um corpo que acreditam ser de Jonas. A principal hipótese é que ele tenha cometido suicídio, mas a polícia afirma que apenas um exame de DNA pode confirmar se o corpo é ou não dele.
Ao ser perguntada como pretende seguir com a sua vida, Jane responde emocionada: “Eu confesso que ainda estou em estado de choque. Não tenho condições de pensar. Eu tenho dois filhos, eu preciso trabalhar, preciso cuidar deles (…) Eu estou me sentindo sem chão”.
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