Mulher consegue justiça pelo desaparecimento de sua irmã através do TikTok
Sarah Turney denunciou o próprio pai, pois acredita que ele tenha matado a irmã, desaparecida desde 2001. Agora, ele finalmente foi indiciado
A norte-americana Sarah Turney tinha 12 anos quando sua irmã Alissa, de 17, desapareceu na cidade de Phoenix, no Arizona. A polícia acreditava que a jovem havia fugido de casa, mas essa teoria nunca convenceu Sarah. Com o passar dos anos, ela passou a investigar o caso e hoje acredita que a irmã mais velha foi vítima de homicídio.
No ano passado, 18 anos depois do desaparecimento, Sarah iniciou uma enorme campanha nas redes sociais para buscar justiça e fazer com que a polícia investigasse seu pai e padrasto da irmã, Michael Turney. Ela suspeita que ele seja responsável pela morte de Alissa. Sarah já havia compartilhado a história do desaparecimento em um podcast, no Twitter, Facebook, Instagram e no YouTube quando resolveu fazer o mesmo no TikTok, em abril.
Foi através da rede social mais popular do momento que ela conseguiu fazer com que o caso ganhasse notoriedade e, finalmente, Michael Turney, de 72 anos, foi acusado pela justiça do Arizona de homicídio de segundo grau (assassinato intencional não premeditado). “A perseverança e o compromisso pela busca por justiça de Sarah é uma prova de amor pela irmã. Por causa desse amor, a luz de Alissa nunca se apagou”, disse o promotor Allister Adel, quando anunciou que Michael havia sido indiciado.
A conta de Sarah no TikTok já soma mais de 1 milhão de seguidores. Ela conta detalhes do caso através das trends do aplicativo (“tendências”, ou seja, os tipos de vídeos mais populares do momento). “Foi através dessa plataforma que eu consegui me expressar mais”, explicou a norte-americana.
@saraheturney Can this thing just go to trial now? Thanks. 💔 #justiceforalissa #justiceforall #fyp #truecrime #help #ItStartsOnTikTok #WhatsYourPower #tired
Além de contar a história, Sarah também já compartilhou diversos vídeos antigos que, claramente, mostram uma tensão entre Alissa e Michael, e gravações de áudio de conversas com o pai em que ele chega até a insinuar indiretamente que ele é realmente o culpado do crime. Sarah conta que o pai sempre foi extremamente possessivo e que, algumas vezes, ia até o trabalho da irmã para observá-la de longe. As duas perderam a mãe quando eram bem pequenas e, por isso, eram criadas por Michael.
This full conversation is coming very soon to @VFJPod The things he says sparked a fire inside of me to get justice for Alissa like no other and it’s a huge reason as to why I started the podcast in the first place. It’s insane. #justiceforalissa #justiceforall #truecrime pic.twitter.com/FsIaUprwBz
— Sarah Turney (@SarahETurney) May 5, 2020
Segundo o detetive responsável pelo caso, em 2001, quando Alissa desapareceu, não havia nenhuma prova ou suspeitos, mas em 2008 a investigação foi reaberta e a polícia encontrou 26 explosivos e três munições incendiárias. Na época, Michael disse em uma entrevista que “os explosivos não eram usados para machucar pessoas inocentes” e afirmou que acreditava que Alissa havia fugido porque ele era um pai muito protetor. Em 2010, ele foi condenado pela posse ilegal das armas e ficou sete anos na cadeia. Sarah contou, em suas redes sociais, que foi nesse período que ela teve certeza de que a irmã estava morta e ele era o culpado.
Depois que o pai foi indiciado, Sarah publicou vídeos no TikTok celebrando, mas deixa claro que sabe que o caso ainda está longe de ser solucionado. “Tudo que eu quero é que a justiça seja feita por Alissa. Quero que meu pai seja julgado no tribunal. Faço isso tudo porque sei que é o certo a se fazer e sei que Alissa faria o mesmo por mim”, afirmou.