O Ministério Público Federal (MPF) recebeu informações do Ministério Público de São Paulo sobre o suposto envolvimento de João Teixeira de Faria, o João de Deus, em um esquema de tráfico internacional de bebês. Há ainda relatos de escravização de mulheres. O pedido formal é para que o órgão apure as denúncias.
A ativista Sabrina Bittencourt encabeçou as acusações. No mês passado, ela deu voz a muitas mulheres que denunciaram João de Deus por abuso sexual durante atendimentos espirituais.
Nas redes sociais, Sabrina publicou um vídeo em que relata que o médium integra uma quadrilha de tráfico de bebês e de escravização sexual de mulheres há pelo menos 20 anos.
“Em geral, mulheres negras de baixa renda, tanto em Abadiânia quanto em Anápolis e no norte de Minas, que viviam próximas dos garimpos ilegais de João de Deus”, diz Sabrina sobre as supostas mulheres escravizadas.
Ela diz que as mulheres eram forçadas a gerar bebês em troca de comida. As crianças seriam vendidas para famílias estrangeiras por valores entre US$ 20 e US$ 50.
O advogado de João de Deus, Alberto Toron, afirmou ao UOL que irá aguardar a investigação e que, sem provas, as acusações devem ser desconsideradas.
“Sobre a autodenominada ativista, conheço apenas as gravíssimas acusações, mas são afirmações, múltiplas e variadas, que vão do tráfico de bebês à escravidão, porém sem a apresentação de quaisquer provas. Sem estas, a fala dela desmerece maior consideração. Aguardemos, pois, a investigação”, afirmou o advogado.